O chá é apreciado mundialmente pelo sabor e propriedades promotoras da saúde. Neste caso devido aos aminoácidos livres, particularmente a teanina, que confere o distinto sabor umami (“gosto saboroso e agradável”). No entanto, a concentração de aminoácidos livres varia, significativamente, entre diferentes variedades de chá, afetando tanto o sabor como o perfil nutricional do chá.
Essas variações são o resultado de interações intrincadas entre fatores genéticos e ambientais, influenciando a biossíntese e o acumular de aminoácidos livres em plantas de chá. Entender os mecanismos genéticos que regem os níveis de aminoácidos livres é crucial para revolucionar o cultivo do chá e as práticas de melhoramento.
Uma equipa de investigadores do Tea Research Institute da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas e da Huazhong Agriculture University publicou um estudo na Horticulture Research. O estudo oferece uma análise aprofundada de 339 acessos de chá, revelando a variação genética e os padrões de acumular de aminoácidos livres em diferentes variedades de chá.
No estudo abrangente, os investigadores conduziram uma investigação detalhada de 339 acessos de chá para desvendar os fatores genéticos e metabólicos que influenciam a variação e o acumular de aminoácidos livres, com foco particular na teanina.
Os investigadores descobriram que variedades cultivadas de Camellia sinensis exibiram níveis mais altos de teanina em comparação com parentes selvagens, apontando para um enriquecimento genético associado à domesticação. Alanina e teanina mostraram o maior índice de diversidade, destacando o papel crítico na formação da qualidade do chá.
O estudo também identificou o fator de interação do fitocromo 1 ( CsPIF1 ) como um regulador negativo chave do conteúdo de teanina. Quando o CsPIF1 foi temporariamente derrubado em plantas de chá, os níveis de teanina aumentaram significativamente, um resultado também confirmado.
A descoberta abre caminho para investigações futuras sobre técnicas de edição genética destinadas a controlar a biossíntese, o transporte e a hidrólise da teanina, oferecendo novas oportunidades para melhorar a qualidade do chá através de manipulação genética.
O investigador Liang Chen, que liderou o estudo, explicou: “A nossa investigação não apenas melhora a compreensão da composição genética do chá, mas também abre novos caminhos para esforços de melhoramento direcionados. Ao manipular a expressão de CsPIF1 e genes relacionados, podemos potencialmente aumentar os níveis de teanina, impactando diretamente as propriedades nutricionais e sensoriais do chá.”
Esta perceção pode ser transformadora para a indústria do chá, oferecendo aos técnicos de melhoramento vegetal as ferramentas para ajustar o sabor e aumentar os benefícios do chá para a saúde por através de intervenções genéticas.
As descobertas do estudo são uma promessa significativa para o futuro do cultivo e melhoramento do chá. Ao manipular as vias genéticas que controlam a composição dos aminoácidos livres, especialmente a teanina, os produtores de chá poderão desenvolver novas variedades com melhores benefícios para a saúde e perfis de sabor únicos.
O melhoramento poderá não só satisfazer as diversas preferências do consumidor, mas também atender à crescente procura por bebidas funcionais e que melhoram a saúde. A investigação estabelece uma base sólida para a próxima geração de variedades de chá, o que poderá elevar as qualidades sensoriais e nutricionais da bebida.