Os médicos anestesiologistas e outros profissionais de anestesia fazem um forte pedido para que todas as pessoas com mais de 2 anos de idade usem uma máscara em público, e observam que é o meio mais eficaz para reduzir a disseminação da COVID-19.
A recomendação vem da American Society of Anesthesiologists (ASA) e da Anesthesia Patient Safety Foundation (APSF) e reflete uma perspetiva única dos profissionais de anestesia sobre os riscos para a saúde do novo coronavírus. Esta posição dos profissionais de anestesia, que têm estado na linha de frente a cuidar de pacientes com a infeção, é apoiada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA.
Como a transmissão aérea é a principal via de transmissão, o uso universal de máscaras em público é necessário para garantir a segurança pública, impedindo a propagação da COVID-19. E de acordo com a declaração das duas organizações, o uso de máscara pode reduzir o risco de transmissão do COVID-19 até 50% e, se 95% das pessoas usarem máscara então podem ser evitadas milhares de infeções e mortes.
“Usar uma máscara protege os outros, assim como a si mesmo, e oferece a oportunidade para todas as pessoas fazerem a diferença”, referiu Mary Dale Peterson, Presidente da ASA. A especialista acrescentou: “Não há absolutamente nenhuma evidência de que as máscaras possam causar infeção ou problemas respiratórios, como falta de oxigénio ou excesso de dióxido de carbono.”
Os especialistas em saúde pública apontam para o sucesso do controlo da COVID-19 em Hong Kong, uma área densamente povoada onde quase todas as pessoas usam máscara em público. Apesar de uma população de mais de 7,4 milhões de pessoas e nunca ter feito um confinamento completo, Hong Kong teve, até agora, apenas sete mortes por COVID-19.
Usar máscaras é eficaz porque bloqueia a propagação de gotículas no ar quando as pessoas falam, cantam, tossem ou espirram, e é assim que o coronavírus tem maior probabilidade de se espalhar. Além de proteger outras pessoas, as máscaras podem proteger aqueles que as usam, filtrando as gotículas infetadas antes de serem inaladas.
Muitas pessoas com COVID-19 não apresentam sintomas ou ainda não os desenvolveram, mas podem espalhar o vírus para outras pessoas, e é por isso que é importante usar uma máscara, mesmo que não se sinta doente.
Embora as máscaras sejam de vital importância para impedir a propagação, elas não substituem a necessidade de ser mantida uma distância física, indica a declaração das organizações. Como é mais provável que o vírus se espalhe entre as pessoas que estão em contato próximo, é importante manter uma distância física de cerca de um metro e oitenta.
As máscaras de nível médico devem ser priorizadas para os profissionais de saúde, as pessoas que são especialmente vulneráveis, as que apresentaram resultados positivos para o COVID-19 e os seus cuidadores. As organizações sugerem que as pessoas usem uma máscara de tecido lavagem ou as mascaras simples descartáveis e proceda com as seguintes regras:
■ Lavar as mãos com água e sabão ou usar um desinfetante para as mãos à base de álcool antes de colocar a máscara e depois de a remover;
■ Cobrir o nariz e a boca, usando a máscara o mais próximo possível do rosto;
■ Manter a máscara ao falar, tossir ou espirrar e se ficar suja, deve ser trocada;
■ Evitar tocar na parte da frente da máscara ao removê-la;
■ Deitar fora as máscaras de papel e lavando máscaras de pano reutilizáveis após cada uso.
“Os profissionais de anestesia que tratam pacientes gravemente doentes com COVID-19 viram a devastação desta doença de perto”, referiu Mark A. Warner, presidente da APSF. Pelo que “prevenir a infeção é sempre que possível vital, e cada vez mais evidências sugerem que todos nós estamos mais seguros se todos usarmos uma máscara em público”.