O medicamento vulgarmente prescrito para tratar sintomas da doença de Alzheimer e de outras demências, o donepezil, está associado a um risco duas vezes maior de internamento hospitalar por rabdomiólise, uma condição dolorosa de rutura muscular, em comparação com vários outros inibidores da colinesterase, revelou estudo publicado hoje, 16 de setembro, no Canadian Medical Association Journal (CMAJ).
As demências são um problema que em crescimento em todo o mundo, com quase 10 milhões de novos casos serem diagnosticados todos os anos.
O estudo, liderado por investigadores da Escola de Medicina e Odontologia Schulich da Western University e do Instituto de investigação em Saúde Lawson, analisou dados de 220 353 pacientes com 66 anos ou mais, de 2002 a 2017, de Ontário, Canadá, aos quais foi prescrito o donepezil, rivastigmina ou galantamina, três inibidores da colinesterase usados para controlar a doença de Alzheimer e outras demências.
Os investigadores descobriram que o donepezil estava associado a um risco duas vezes maior de hospitalização por rabdomiólise, uma condição séria que pode resultar em doença renal. O risco relativo foi pequeno, mas estatisticamente significativo.
As conclusões do estudo veem confirmar os avisos das agências reguladoras do medicamento sobre “o risco de rabdomiólise induzida pelo donepezil”, escreveu Jamie Fleet, da Universidade McMaster, Hamilton, Ontário, e coautor do estudo. No entanto referiu que “a incidência de 30 dias de internamento por rabdomiólise após o início da toma do donepezil permanece baixa”.