A farmacêutica BIAL já começou, esta semana, a comercializar em Portugal o medicamento ONGENTYS que se destina à doença de Parkinson. É o segundo medicamento de patente portuguesa a chegar ao mercado.
Cerca de 18 a 20 mil portugueses sofrem da doença de Parkinson, uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso central, principalmente ao nível da coordenação motora. Com cerca de 2 mil novos casos a serem identificados por ano e as estimativas apontam para um aumento de prevalência nos próximos anos devido ao envelhecimento da população.
Portugal a par com a Espanha apresenta uma das maiores prevalências de uma mutação genética considerada a causa mais frequente de doença de Parkinson esporádica e familiar, a par de Espanha.
O ONGENTYS (opicapona), de toma única diária, reduz o chamado tempo em estado OFF em doentes de Parkinson, período que se caracteriza pela evidência dos habituais sintomas da doença, por exemplo, lentidão dos movimentos, dificuldade na mobilidade e tremor.
O medicamento foi aprovado pela Agência Europeia do Medicamento em 2016 e já está há venda na Alemanha, o Reino Unido e a Espanha e para além de Portugal deverá ficar disponível ainda durante o mês de setembro em Itália. A BIAL indicou que para além dos países onde está disponível possui já acordos de licenciamento com os EUA, Coreia do Sul e China, e onde prevê que venha a estar à venda no próximo triénio.
António Portela, CEO da BIAL, explicou, citado em comunicado da farmaceutica que “na última década houve poucos medicamentos inovadores para esta área, pelo que é com grande orgulho que BIAL vê o ONGENTYS chegar às farmácias portuguesas”, um medicamento que é “segundo medicamento da BIAL a chegar aos doentes e é o segundo medicamento de patente portuguesa.”
O CEO indicou ainda que “nos últimos dez anos, apenas 27 empresas foram capazes de trazer ao mercado produtos inovadores. As áreas em que BIAL centra o seu trabalho, nas neurociências e na área cardiovascular, são das mais complexas e por isso o risco associado a esta atividade é muito elevado.”
A BIAL tem vindo a ser conhecida como uma das empresas portuguesas que mais investe em Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Portugal, alocando anualmente, em média, mais de 20% da faturação, permitindo que atualmente o centro de I&D tenha mais de 12.000 novas moléculas sintetizadas e mais de 1.300 patentes submetidas.
A importância da I&D levou a farmacêutica a investir, este ano, cinco milhões de euros na duplicação da área dedicada a I&D. De lembrar que o medicamento Zebinix da BIAL, o primeiro medicamento de raiz portuguesa que foi lançado em 2009, e representa hoje um terço da faturação da empresa, estando aprovado em 44 países, em três indicações terapêuticas.
António Portela referiu que “os mercados internacionais têm hoje um peso de 70% na empresa quando, em 2010, o exterior representava apenas 30%. O aumento substancial da nossa internacionalização só é possível devido à nossa forte aposta na inovação. Só assim conseguimos chegar aos mercados mais competitivos e mais desenvolvidos”.
Os mercados internacionais com maior peso na faturação da BIAL são os Estados Unidos, Espanha e Alemanha e o CEO da empresa concluiu: “Temos um enorme orgulho na nossa equipa e no percurso que temos vindo a desenvolver. Começámos a apostar na área de investigação em 1993 e, ao longo deste tempo, fomos capazes de desenvolver e consolidar internamente competências nas diversas áreas de desenvolvimento de um medicamento”.