No mar ao largo da Itália o navio patrulha da Marinha ‘Tejo’ detetou e intercetou durante o início da madrugada de ontem um iate de luxo roubado, com 4 traficantes russos e 50 migrantes a bordo, de nacionalidades do Iraque e do Irão, sendo uma mulher, 23 homens, 25 jovens masculinos e um recém-nascido, indicou a Marinha em comunicado.
Os militares portugueses consideraram um comportamento suspeito, “por se tratar de um veleiro com apenas 4 pessoas visíveis no convés, mas aparentemente pesado na linha de água e com todas as escotilhas abertas,” e que por sua vez “não respondeu às chamadas rádio da patrulha portuguesa”.
O NRP Tejo procedeu, no âmbito dos procedimentos considerados para a situação, ao envio, até junto do veleiro, “de uma embarcação com uma equipa de fuzileiros portugueses e com um agente da autoridade italiana da ‘Guarda di Finanza’, que se encontra embarcado a bordo do navio da Marinha.
A comunicação verbal entre os militares portugueses e elementos no convés do veleiro levaram a que os fuzileiros se apercebessem “de informações contraditórias quanto à presença de mais pessoas a bordo”. Os fuzileiros, “através das vigias e com auxílio de lanternas” puderam confirmar “a presença de dezenas de pessoas a bordo, no interior do veleiro.”
Em face da situação o NRP Tejo informou a ‘Guarda Di Finanza’ que “enviou para o local uma lancha rápida com agentes da autoridade italianos que efetuaram a abordagem e a vistoria, acompanhada de perto pela equipa de fuzileiros de forma a assegurar a segurança da ação.”
“O veleiro com os migrantes, traficantes e os agentes da ‘Guarda di Finanza’ seguiram para o porto de Otranto escoltados pelo NRP Tejo. Segundo informação das autoridades italianas o veleiro havia sido roubado há alguns dias”, esclareceu a Marinha.
O navio patrulha da Marinha ‘Tejo’ está desde o passado dia 22 de julho integrado a operação internacional conjunta de segurança marítima no âmbito da Agência Europeia de Fronteiras e Guarda Costeira, FRONTEX, para o controlo e vigilância das fronteiras marítimas e combate ao crime transfronteiriço.
Nesta missão o NRP Tejo está “preparado para efetuar salvamento de migrantes náufragos”. A bordo do navio segue “uma inspetora portuguesa do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e um agente italiano da Guarda de Finanças.”
Não é a primeira vez que o navio patrulha da Marinha está envolvido num processo de deteção de migrantes a bordo de veleiros. Há 3 semanas contribuiu para “o desmantelamento de outra rede de introdução clandestina de migrantes na Europa, depois de ter detetado e seguido em alto-mar, durante dois dias, entre a Grécia e a Itália, um iate de luxo que transportava a bordo 45 migrantes escondidos no seu interior.”