O navio hidrográfico da Marinha, o NRP D. Carlos I, acaba de realizar mais 45 mil quilómetros quadrados de mapeamento do mar do arquipélago dos Açores. Uma dimensão de mapeamento equivalente a mais de 6 milhões de campos de futebol.
O NRP D. Carlos I iniciou esta campanha LH Açores 2019, em 15 de julho, e no âmbito do Mapeamento do Mar Português no arquipélago dos Açores, foram executadas duas fases distintas com a duração de 28 dias de operação no mar:
■ levantamento hidrográfico com sonar multifeixe dos montes submarinos, a sul da Ilhas das Flores (referentes a ecossistemas ricos e de particular relevância), e enquadrada na cooperação com a Universidade dos Açores. Foram sondados 6 montes submarinos com sonares de médios e grandes fundos (de grande resolução) num total de 3.560 quilómetros quadrados;
■ levantamento hidrográfico com sonar multifeixe, a Sudoeste da Ilha das Flores, numa zona remota para além da Zona Económica Exclusiva (ZEE) dos Açores, no âmbito da colaboração com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental.
Marinha alarga mapeamento do Mar Português
Dados da Marinha indicam que com recurso a duas Brigadas Hidrográficas foi realizado o levantamento de áreas portuárias e costeiras nas Ilhas de São Jorge, Flores e Corvo para atualização cartográfica.
Com o levantamento, no âmbito de um projeto em colaboração com o Governo Regional dos Açores, foi elaborada a carta náutica do Porto da Casa, Ilha do Corvo, e foram obtidos dados de excelente resolução dos portos da Calheta e Velas, em São Jorge, e das Lajes, na Ilha das Flores. Também foram obtidos dados da área costeira da Ponta dos Rosais, na Ilha de São Jorge, e de todo o perímetro em redor da Ilha do Corvo.
O navio D. Carlos I procedeu no grupo ocidental à sondagem de 44,8 quilómetros quadrados, tendo-se percorrido 750 quilómetros de fiada, e no grupo central 22 quilómetros quadrados, tendo-se percorrido 465 quilómetros de fiada. As equipas da Marinha realizaram também trabalhos de topografia em novas infraestruturas portuárias e diversos edifícios de Marinha.
Durante a missão nos Açores do navio D. Carlos I, foram aumentados mais 45.475 quilómetros quadrados de mar sondado ao Projeto de Mapeamento do Mar Português, foi reforçado o Dispositivo Naval Permanente na Zona Marítima dos Açores (ZMA), desenvolvida a cooperação no âmbito técnico-científico com o Governo Regional dos Açores e a Universidade dos Açores, e realizada a colaboração com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) bem como com o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto.
O navio da Marinha D. Carlos I possui uma guarnição de 38 militares, e embarcou, nesta missão aos Açores, duas equipas da Brigada Hidrográfica composta por oito elementos e dois observadores de cetáceos do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR). O regresso do D. Carlos I, a Lisboa, está previsto para 27 de agosto.