A guerra na Ucrânia está a exercer pressões sobre a indústria europeia, nomeadamente, e sobretudo, devido ao elevar dos preços da energia. Uma pressão que a manter-se irá afetar diversos setores e levar a uma diminuição da competitividade da indústria europeia.
Para a eurodeputada Maria da Graça Carvalho é tempo de agir, adotando medidas temporárias, nomeadamente em relação à pressão regulatória e ao acesso a fundos europeus, para apoiar os setores da indústria que têm sido mais afetados.
“Existe de facto muita pressão sobre a indústria europeia”, referiu a eurodeputada numa audiência com a diretora-geral para o Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME, Kerstin Jorna, e acrescentou que depois de uma situação difícil devido à pandemia, existem agora os problemas ligados a “aspetos como a energia, matérias-primas e a perda de mercados”, e defendeu a necessidade da Comissão Europeia agir de imediato para evitar consequências ainda mais graves.
Maria da Graça Carvalho propôs que fosse desenvolvida “uma forma de teste de stress para perceber de que forma a presente regulamentação, parte dela, poderia ser aliviada em termos de carga regulatória, burocrática, durante este período de crise, de forma que a indústria possa estar melhor preparada para lidar com os problemas que enfrenta. Portanto, da perspetiva da regulamentação”.
Outra das propostas da eurodeputada portuguesa é usar a experiência do que foi feito no programa Horizonte 2020, “que é ter um sistema de financiamento rápido para os fundos, que seja muito mais rápido do que os procedimentos que temos implementados, que são muito bons em tempos normais, muito transparentes, mas em relação aos quais temos de agir mais rapidamente”.
O sistema poderia ser utilizado “não apenas no programa Horizonte Europa, mas também no Fundo de Inovação, nos diferentes fundos, nos fundos regionais. De uma certa forma, para certas tecnologias, para certos sistemas, para certas áreas que assistem a indústria, poderíamos ter um rastreamento rápido para o financiamento, de forma a ajudarmos a nossa indústria europeia a enfrentar estes tempos difíceis”, explicou a eurodeputada portuguesa.