A investigadora Margarida Fernandes, da Universidade do Minho (UMinho), foi uma das cientistas distinguidas com a Medalha de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. A cientista vai receber 15 mil euros para desenvolver uma nova geração de materiais para regenerar tecidos ósseos.
O prémio atribuído pela L’Oréal Portugal, Comissão Nacional da UNESCO e Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) tem como objetivo incentivar as mulheres investigadoras em Portugal, doutoradas e com idade até 35 anos, a prosseguirem trabalhos de investigação relevantes para a saúde e o ambiente.
O júri do prémio foi, como vem sendo hábito, presidido pelo cientista e deputado Alexandre Quintanilha que avaliou mais de 70 candidaturas para eleger quatro. Além de Margarida Fernandes, foram laureadas Carina Crucho, do Instituto Superior Técnico, Dulce Oliveira, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e Inês Bento, do Instituto de Medicina Molecular.
O envelhecimento da população e problemas como a osteoporose e a osteoartrose são cada vez mais frequentes, sendo das principais causas de incapacidade física no mundo. Margarida Fernandes pretende desenvolver “uma nova geração de materiais ativos que respondem a estímulos físicos para a engenharia de tecidos ósseos”.
As estruturas baseadas nos materiais multifuncionais permitem gerar microambientes biomiméticos, através de um biorreator desenvolvido no Centro de Física da UMinho, que imita o ambiente natural das células, garantindo uma estimulação natural para a regeneração dos tecidos, que é essencial para tratar lesões e doenças ósseas.
Ora, combinando o biorreator e os novos materiais ativos, a cientista pretende criar tecido ósseo novo, através da estimulação da capacidade natural de regeneração dos tecidos do paciente. Um estudo que promete, por isso, contribuir para o bem-estar de milhões de pessoas.
Sobre a laureada Margarida Fernandes é de lembrar que nasceu em Braga há 34 anos e doutorou-se no Departamento de Engenharia Têxtil da UMinho na área da Biotecnologia, com um estudo que compreendia o uso de ferramentas biológicas na funcionalização de fibras para aplicações na área da cosmética e biomédica.
A minhota fez um pós-doutoramento na Universidade Politécnica da Catalunha, em Espanha, no âmbito de uma bolsa Marie Curie, e está atualmente a realizar um segundo pós-doutoramento, com uma bolsa da FCT, no Centro de Física e no Centro de Engenharia Biológica da UMinho, a investigação no âmbito do atual pós-doutoramento está na base do prémio L’Óreal com o qual agora é distinguida.