O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua mensagem de ano novo aos portugueses, começou por lembrar que ao tomar posse, há 10 meses, tinha referido que os portugueses se estendiam para lá dos que residiam no território nacional são “uma plataforma entre culturas, civilizações e continentes, espalhados pelo mundo, capazes de criar diálogo, fazer a paz, aproximar gentes”.
“Defendi mais e melhor educação, maior coesão, ou seja, menores desigualdades, capacidade de nos unirmos no essencial, em clima de estabilidade social e política, responsáveis mais isentos e próximos daqueles que devem representar”, lembrou Marcelo Rebelo de Sousa.
E lembrou ainda que defendeu “finanças públicas rigorosas, sistema bancário mais sólido e crescimento económico capaz de criar riqueza e de permitir o combate ao risco de pobreza, e mais justa repartição dos rendimentos”.
Agora que terminou o ano, o Presidente colocou a pergunta: “Será que conseguimos dar passos em frente no caminho pretendido?” O Presidente deu a resposta referindo que houve “estabilidade social e política”, e que “os dois Orçamentos do Estado (2016 e 2017) mereceram a aceitação da União Europeia”.
“Cumprimos as nossas obrigações internacionais”, e acrescentou que houve trabalho “para reforçar o sistema bancário”, que foram compensados “alguns dos mais atingidos pela crise”.
Marcelo fez uma comparação com o passado referindo que “para corrigir injustiças e criámos um clima menos tenso, menos dividido, menos negativo cá dentro e uma imagem mais confiável lá fora, afastando o espetro de crise política iminente, do fracasso financeiro, da instabilidade social que, para muitos, era inevitável”.
Mas Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que o crescimento da economia “foi tardio e insuficiente” e que “alguns domínios sociais sofreram com os cortes financeiros”.
“A dívida pública permanece muito elevada. O sistema de justiça contínua lento e, por isso, pouco justo, a começar na garantia da transparência da política. O ambiente nos debates entre políticos foi mais dramatizado do que na sociedade em geral”.
O Presidente lembrou alguns dos acontecimentos que aumentaram o orgulho dos portugueses como a “Cimeira Digital”, o “Euro” e “a eleição aclamatória de António Guterres para Secretário-geral das Nações Unidas”.
Para 2017 o Presidente referiu que não se deve “perder o que de bom houve em 2016 e corrigir o que falhou no ano passado”, e deu exemplos, como: “Não perder estabilidade política, paz e concertação, rigor financeiro, cumprimento de compromissos externos, maior justiça social, formação aberta ao mundo, proximidade entre poder e povo”.
“Mas, ao mesmo tempo, completar a consolidação do sistema bancário, fomentar exportações, incentivar investimento, crescer muito mais, melhorar os sistemas sociais, mobilizar para o combate à pobreza, sobretudo infantil, e curar de uma Justiça que possa ser mais rápida e, por isso, mais justa”.