O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, está em visita de trabalho a Portugal, a convite do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. A visita começou hoje com um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento.
No final do encontro Gustavo Petro referiu que em Portugal a política de luta contra a droga é diferente, pois “Portugal não a está a criminalizar, o que não significa que está a legalizar”, e esclareceu que “Portugal tem uma politica de contravenções com multas económicas dependendo das quantidades e sobretudo uma forte politica de saúde pública, que hoje dá resultados”.
Assim, referiu o Presidente da Colômbia, “vamos discutir com o povo colombiano e os povos das américas o que aqui (Portugal) é feito sobre a descriminalização das drogas” e acrescentou: “Aqui há um êxito relativo a partir de um caminho que não é a criminalização da marijuana, canábis, cocaína e outras substâncias”, enquanto “nós verificamos fracassos que se traduzem num milhão de mortos”, e “na destruição da democracia, no fortalecimento de organizações criminosas”, que possuem “exércitos privados com controlo territorial, controlo populacional e fortes vínculos com o poder politico em muitos Estados das américas”, levando a “uma violência que é a mais alta do mundo”.
Para Gustavo Petro é altamente provável que hoje ocorram nas américas mais mortes derivadas do narcotráfico, neste mesmo dia, que na guerra na Ucrânia, pois “está a matar, por ano, mais de 100 mil cidadãos nos Estados Unidos”.
“Aqui há um tema de aliança para ver e aprender e examinar experiências e levar estas discussões aos cenários multilaterais a Viena, na Áustria, Nações Unidas e a outros lugares, pois creio que a experiência portuguesa fala muito bem de uma política diferente com as drogas, com a mal afamada e nefasta guerra contra as drogas que não produziu senão milhões de mortos e destruição”, referiu o Presidente da Colômbia.
Outro dos temas abordados no encontro entre Gustavo Petro e António Costa foram as energias limpas, mobilidade e a grande transição para a descarbonização das economias. Gustavo Petro referiu que “Portugal tem uma matriz energética das mais limpas da Europa”, mas a Colômbia terá mais facilidades “em poder chegar num curto prazo a uma matriz de energias limpas de 100%, neste momento, estamos em 63% similar a Portugal”.