Pelas 21h30 de ontem, 7 de abril, Sexta-feira Santa, ouviram-se os sons das matracas em esquinas das ruas de Alcântara, em Lisboa. Sons fortes, que numa noite amena em temperatura, chamavam a atenção para tempos da Paixão do Senhor.
Depois do som das matracas o silêncio era interrompido pelo bater dos bastões nas pedras das calçadas, marcando o ritmo dos passos dos que transportavam o esquife do Senhor (imagem de Jesus Cristo sobre uma padiola), coberto por pálio.
Na frente do cortejo duas filas de jovens com tochas iluminavam as ruas sinalizando a passagem do esquife do Senhor e atrás da imagem do Senhor Morto umas dezenas de pessoas, em silêncio, acompanharam-No, durante todo o percurso.
A procissão do Senhor Morto teve início na Capela de Santo Amaro, situada no topo das Escadinhas de Santo Amaro, e percorreu a Rua Gil Vicente, Rua Jau, Caçada da Tapada, Trav. Tapada, Rua dos Lusíadas, Rua Padre Adriano Botelho, Rua Alcântara e novamente a Caçada da Tapada até à Igreja de São Pedro em Alcântara.
Esta Procissão, que remonta aos séculos XV e XVI, em Portugal, é uma representação do cortejo realizado pelos romanos quando do transporte do corpo morto de Jesus Cristo, do lugar da crucificação até ao sepulcro.