O desenvolvimento de estruturas económicas já não é definido pelos de Governos dos países, o Facebook terá em breve cerca de 2,2 mil milhões de utilizadores com acesso a uma carteira de moeda criptográfica.
Embora o sucesso da “Libra” (criptomoeda) seja desconhecido, a certeza é que o Facebook não vai ser a única corporação a lançar essa tecnologia, referiu Jason Potts, da Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT). Trata-se de uma visão partilhada globalmente por investigadores da blockchain.
A visão dos investigadores é de que, num momento de mudanças, os bancos têm muito trabalho a fazer para desenvolverem uma estratégia robusta para lidar com as implicações das criptomoedas.
Philipp Sandner, professor do Frankfurt School Blockchain Center referiu que, embora vários bancos na Alemanha, como o Commerzbank, LBBW e Deutsche Bank, tenham feito algum progresso em termos de inovação blockchain, ainda há um grande caminho a percorrer.
Para Philipp Sandner, a “Libra” pode facilmente obter 200, 300 ou até 400 milhões de utilizadores, da noite para o dia, quando tiver incorporado a moeda nos aplicativos do Facebook, Instagram ou Whatsapp”.
E quando cada utilizador tiver 500 ou 1.000 dólares na criptocarteira, o Facebook terá criado facilmente ativos de cerca de 100 a 300 mil milhões de dólares. Para Sandner há algumas metas para as criptomoedas, como a “Libra”, que espera ver atingidas.
O acesso à moeda digital formal por pessoas “em países emergentes e em desenvolvimento”, vai permitir pela primeira vez, “transferir dinheiro para outras pessoas digitalmente e guardar dinheiro para outras necessidades”. A criptomoeda é “uma infraestrutura económica que atravessa diferentes setores, e que reúne a LawTech, RegTech, FinTech, TradeTech, AgTech”, e outra qualquer empresa pode integrar essa pilha de tecnologia.
Para os especialistas da RMIT “é fundamental em qualquer inovação blockchain que a indústria, os governos e os países se unam para moldar seu futuro”, referiu Jason Potts. Atualmente estamos ao nível da noção de plataforma de tecnologia, ou seja, mais ou menos na fase de prova de conceito, onde as empresas individualmente estão a tentar descobrir o que isso significa para elas. A próxima fase que estamos a ver surgir é a “que começam a formar-se consórcios e abordar questões como a harmonização regulatória”. Uma fase em que a União Europeia possui vantagens “devido à experiência na harmonização da regulamentação de tecnologia, mais do que em qualquer outro lugar do mundo”.