Reabriu ao público o Jardim Botânico Tropical (JBT), em Belém, Lisboa, depois de ter estado encerrado cerca de um ano para requalificação de algumas infraestruturas, como caminhos, sinaléticas, iluminação, e redes de água, comunicações e energia elétrica.
Na cerimónia de reabertura, no dia 25 de janeiro, data em que o JBT fez 114 anos da sua criação, o Reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serras, referiu que as obras de requalificação executadas, no montante de cerca de 1,5 milhões de euros, no último ano, foram as primeiras de uma série de outras obras a executar no futuro, mas que já não vão obrigar ao encerramento do jardim, mas coexistirão com as visitas.
O Reitor indicou que uma das próximas obras é a recuperação da estufa principal, após aprovação do projeto, bem como os projetos da casa do chá e de mais dois edifícios existentes do Jardim, e indicou ainda que uma das obras é o Palácio dos Condes da Calheta, situado no topo norte do jardim. Um projeto a que já deu a sua aprovação.
O Presidente da Camara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, presente na cerimónia, referiu a importância do JBT para a cidade de Lisboa e enquadrou o espaço e as obras agora realizadas como um grande contributo no ano em que Lisboa é a Capital Verde Europeia.
O JBT esteve desde a sua criação ligado à educação e à ciência, uma ligação que vai continuar pois “é um espaço de ciência, onde se fez e se fará ciência”, referiu Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e acrescentou que se trata de “um jardim de história e ciência, um espaço com cultura”.
Nesta intervenção os caminhos foram requalificados com um pavimento adequado aos diversos tipos de visitantes, e com uma cor que se insere na paisagem do jardim. Os caminhos possuem faixas laterais de calcário por onde passam as infraestruturas de redes preparadas para o futuro, nestas faixas foram colocadas placas de toponímia com os nomes dos caminhos e algumas explicações sobre a sua história.
As faixas laterais dos caminhos servem também albergar as redes de distribuição. Uma infraestrutura que prepara o jardim para o futuro. De destacar que o sistema de distribuição de água para rega e sistemas decorativos é sustentável, com captura e armazenamento de água próprio.
De entre as obras de requalificação agora terminadas está o lago principal logo à entrada. Um lago que tem origem nos finais do século XIX, ladeado de grandes árvores e no centro uma ilha de fruteiras. Plantas de frutos tropicais, como bananeiras, anoneiras e goiabeiras, entre outras.
A Alameda das Washingtónias, que faz lembrar o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, é uma imagem icónica do JBT. A alameda conduz aos caminhos dos trópicos e ao jardim dos catos que agora passou a estar aberto ao público.
O Jardim dos Catos apresenta a caraterística de se tratar de catos que se desenvolvem à sombra das das grandes árvores ali existentes. No mesmo espaço, agora aberto ao público, encontramos o jardim da ninfa, o tanque dos leões e o pátio dos ourives, mas também a casa do veado do século XVII.
Outro dos espaços emblemáticos do JBT é o Jardim Oriental ladeado por bambus que como um espaço próprio. O acesso ao Jardim Oriental é feito por duas entradas, a Porta da Lua e o Arco de Macau. Este último uma réplica do arco do pagode da barra de Macau construída para a Exposição do Mundo Português de 1940.
No Jardim Oriental encontramos um pavilhão, pontes típicas onde sobressai a cor encarnada, uma réplica da gruta de Camões em Macau com o busto do poeta e várias cascatas de água. Os caminhos, as pontes e um sistema de iluminação baseada em lâmpadas led “transportam” os visitantes para outros regiões mais asiáticas.