O Jardim Botânico Tropical, em Belém, Lisboa, vai ser reabilitado, envolvendo um investimento superior a 1,4 milhões de euros, indicou o Reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, durante a cerimónia comemorativa dos 250 anos do Jardim Botânico da Ajuda que decorreu no dia 25 de julho de 2018.
O Jardim Botânico Tropical ocupa uma área de cerca de 7 hectares, mas apenas 5 hectares estão abertos ao público e o outro espaço de 2 hectares é destinado a plantações para investigação. No centro do Jardim encontra-se a Estufa Principal, uma estrutura em ferro construída em 1914 e atualmente a precisar de intervenção.
O Jardim foi criado em 25 de janeiro de 1906 por Decreto Régio, no contexto da organização dos serviços agrícolas coloniais e do Ensino Agronómico Colonial no Instituto de Agronomia e de Veterinária, com a denominação de Jardim Colonial.
O jardim foi sempre vocacionado para o ensino, sobretudo o ensino experimental demonstrativo ou experiencial, e mais tarde para a investigação, tornando-se um centro de estudo e de experimentação de culturas, com uma forte ligação com instituições congéneres no intercâmbio de material vegetal.
Em 1944 o Jardim Colonial funde-se com o Museu Agrícola Colonial e formam o Jardim e Museu Agrícola Colonial. Em 1951 passa a designar-se por Jardim e Museu Agrícola do Ultramar, passando em 1974 para a tutela da Junta de Investigações do Ultramar, que deu origem ao Instituto de Investigação Científica Tropical. Em 1983 o Jardim passa a designar-se Jardim-Museu Agrícola Tropical.
Em 2015 com a integração do Instituto de Investigação Científica Tropical na Universidade de Lisboa, o Jardim Botânico está desde esse ano sobre a tutela da Universidade.
Em 1940 a Exposição do Mundo Português que ocupou grande parte da zona de Belém teve impacto no jardim envolvendo várias infraestruturas como o edifício da Casa Colonial, dotado de painéis de azulejos de temática colonial, um Restaurante Colonial (há muito tempo desativado), o Pavilhão das Matérias-Primas e o Arco de Macau, mas também de catorze bustos africanos e asiáticos do escultor Manuel de Oliveira que, ainda hoje, podemos ver em vários locais do jardim (alguns a necessitar de recuperação), bem como dois painéis de madeira em baixo-relevo do escultor Alípio Brandão, temática centrada na agricultura e pesca nas colónias.
O jardim tem uma procura crescente por turistas estrangeiros, onde podem apreciar cerca de 600 espécies originárias de vários continentes, sobretudo de origem tropical ou subtropical, havendo algumas originárias de regiões temperadas.
O acesso público ao jardim exige a aquisição de bilhete, atualmente de 2 euros, e mesmo com o aumento do fluxo de turistas as verbas são insuficientes para garantir a manutenção do jardim, que conta com cerca de 5 jardineiros permanentes, número considerado insuficiente para garantir as atividades de manutenção diárias.