A chegada ao parque de imprensa da ISUZU envolve um misto de interesse e preocupação. Interesse pois vamos ensaiar um modelo mais claramente vocacionado para circular em terrenos ‘duros’, mistos, do que no bulício da cidade. Preocupação, porque obviamente incute mais responsabilidade ao ensaio pois não podemos esperar deste modelo as mesmas apetências que um modelo somente de estrada. Esse exercício mental de saber destrinçar e separar esses dois mundos é também um desafio para nós.
E na primeira apreciação estática, o que mais sobressai é a estética. Este tipo de modelos pensados para uma utilização fora de estrada tinham de ser robustos …e robustos. Hoje, tal não se verifica pois as marcas redefinem, e bem, a estética dos modelos e apresentam produtos atrativos e apelativos e a DMAX não foge a essa regra. Mesmo a cor azul metalizada revela um produto bem finalizado e que quer conviver em ambos os mundos – terra e asfalto. Todo ele inspira robustez mas adequação aos tempos modernos, com uma frente cuidada e moderna, próxima dos modelos de estrada ‘puros’ e uma zona lateral que segue os mesmos parâmetros. A caixa de carga revestida mostra bem o tipo de cuidado nos detalhes.
No interior e ultrapassada a altura necessária para entrarmos na ISUZU, constatamos um habitáculo simples mas atual, com muitos plásticos duros mas com uma montagem de bom nível e onde encontramos muita da modernidade que encontramos nos veículos de estrada. Espelhos rebatíveis, computador de bordo, ecrã multifunções tátil, rádio com Bluetooth e sistema mãos livres, câmara de estacionamento traseira, caixa de 6 velocidades, volante multifunções, faróis led, Hill start assistant (HSA), ligações para USB e IPOD, Hill descend control (HDC), entre outros. Desenganem-se pois quem pensa que íamos viajar sem luxos.
Para uma apreciação dinâmica o ensaio decorreu em três locais distintos: estrada, cidade e piso de terra.
Podemos afirmar que, assim que se liga a chave somos invadidos por um ruído do motor cativante que faz antever estarmos a bordo de um outro motor superior mas que na realidade é um 1.9 turbodiesel com 164cv, muito linear, pouco intrusivo no habitáculo. Mais uma vez, os cuidados desta vez na insonorização.
A caixa de velocidades tem um curso longo com uma primeira velocidade curta mas onde notamos uma disponibilidade desde os baixos regimes. Torna-se relativamente fácil circular em cidade com a DMAX mesmo com as dimensões maiores que um habitual automóvel, sendo que a altura do modelo ajuda mas também a facilidade com que este se conduz, obviamente calculando melhor algumas distâncias ou mesmo a largura das nossas estradas. Obviamente que, com pneus mistos, um modelo com uma suspensão preparada para enfrentar terrenos mais ‘duros’, é mais ‘saltitante’ em piso degradado e a entrada em curva, principalmente com piso molhado é menos incisivo, mas nada que preocupe sequer.
Já em estrada, não se inibe e revela-se um motor capaz e agradável permitindo viagens longas com o cruise-control a encarregar-se de nos levar para o destino. Mas é quando chegamos à terra que percebemos o potencial deste modelo, onde com tração às 2 ou 4 rodas, este modelo enfrenta com rigor e determinação os vários pisos e obstáculos que lhe surgem e um comportamento digno de nota.
Em resumo, trata-se de um modelo adequado para quem necessite de uma viatura para trabalho no campo ou em pisos mais degradados mas que também tenha a elegância e o conforto necessário para desfilar numa avenida, sem se sentir constrangido, tanto ficando bem na fotografia, junto a um campo lavrado, ou junto a uma bonita montra de Lisboa.
Nesta versão dupla de cinco lugares (com muito espaço disponível na 2ª fila) com um valor próximo dos 30.000 euros.
Autor: Artigo de opinião de Jorge Farromba.