Uma equipa de investigadores da Universidade do Texas em El Paso (UTEP), EUA, encontrou COVID-19 em veados de cauda branca, no Texas. A descoberta foi publicada na Vector-Borne and Zoonotic Diseases, uma revista científica com foco em doenças transmitidas dos animais aos humanos.
A equipa da UTEP, liderada pelo investigador Douglas Watts, encontrou a primeira evidência de infeção por SARS-CoV-2 em veados do Texas, o que amplia a área geográfica previamente relatada da COVID-19 entre veados nos Estados Unidos, confirmando ainda mais que a infeção era comum entre as espécies.
“A única coisa que mais sabemos sobre o SARS-CoV-2 é sua imprevisibilidade”, disse Douglas Watts, e acrescentou: “Portanto, a transmissão do vírus de veados infetados aos humanos, embora improvável, pode ser possível.”
Os mecanismos de transmissão da COVID-19 entre humanos e animais ainda estão a ser investigados. O estudo da equipa da UTEP sugere que os veados não devem ser negligenciados como uma possível fonte de infeção de SARS-CoV-2 a humanos, bem como a animais domésticos e selvagens. O investigador Douglas Watts disse que as investigações subsequentes deveriam trabalhar para mitigar quaisquer riscos associados ao veado como uma possível fonte de infeção humana.
O autor principal do estudo, Pedro Palermo, gestor do laboratório do Programa de Investigação em Doenças Infeciosas de Biossegurança Nível 3 do Centro de Investigação Biomédica da UTEP, explicou que os resultados da investigação levantam muitas questões em relação à infeção e transmissão do SARS-CoV-2 entre animais selvagens e domésticos.
A equipa de Douglas Watts estudou amostras de sangue recolhidas em veados de várias idades em Travis County, Texas, durante os primeiros dois meses de 2021, no meio da pandemia. Os investigadores encontraram evidências de anticorpos neutralizantes de SARS-CoV-2 em mais de um terço das amostras, incluindo uma prevalência significativa entre veados com 1,5 anos de idade, indicando que a doença é galopante entre uma das espécies selvagens mais abundantes, particularmente entre os machos.
A prevalência de 37% de anticorpos observada neste estudo é comparável à taxa de 40% relatada em veados em outros estados, incluindo Illinois, Michigan, Pensilvânia e Nova Iorque.