As pessoas que sofrem de obesidade ou excesso de peso podem beneficiar de uma aplicação móvel (app) para telemóvel, desenvolvida pelos investigadores do projeto eBEfree. A app permite auxiliar o utilizador a eliminar ou reduzir significativamente os episódios de ingestão alimentar compulsiva e aumentar a saúde mental e a qualidade de vida.
Os investigadores indicaram que “o projeto eBEfree, devido sobretudo ao seu formato digital, pretende ser um contributo especialmente apropriado à situação atual”. Num tempo em que devido ao “confinamento geral no nosso país, vários estudos sugerem que o isolamento vem acompanhado de uma redução na saúde mental das pessoas”.
O projeto eBEfree, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), envolve uma equipa de investigadores do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Universidade de Coimbra (UC), e liderada pelo investigador José Pinto Gouveia, desenvolveu a aplicação móvel constituída por 12 módulos, disponibilizados semanalmente, e que abordam diversas perspetivas do problema, indica a Universidade de Coimbra em comunicado.
“Os conteúdos para o tratamento da ingestão alimentar compulsiva, como estratégias de regulação emocional através de exercícios comportamentais e de meditação, foram desenvolvidos com recurso a vídeos de animação explicativos, exercícios áudio e vídeos de psicólogos/as da nossa equipa a abordar os temas relevantes”, refere José Pinto Gouveia, e acrescenta que a aplicação inclui também um fórum de discussão, “onde os utilizadores podem colocar questões aos terapeutas (haverá sempre um terapeuta a acompanhar o funcionamento da app)”.
Os investigadores pretendem testar e validar a eficácia da aplicação a um grupo alargado de pessoas com idades compreendidas entre os 18 e 55 anos, com excesso de peso e ingestão alimentar compulsiva. Para os testes a equipa de investigadores está a recrutar voluntários.
Os voluntários devem contactar a equipa de investigação através do endereço eletrónico ebefree@uc.pt, possuir smartphone ou tablet com acesso à internet. A participação no estudo envolve uma entrevista inicial, via zoom, para avaliar os critérios de elegibilidade, o preenchimento de uma bateria de questionários online e a utilização da aplicação móvel.
José Pinto Gouveia refere que o projeto eBEfree resulta de um estudo anterior em que as conclusões mostraram que as “ferramentas de regulação emocional e promoção de saúde mental são eficazes quando implementadas presencialmente em formato grupal”. Por isso “o que pretendemos com o eBEfree é alargar esse estudo para chegar a todo o território nacional, com todas as vantagens de uma aplicação móvel.”
