A dor neuropática está associada a doenças do sistema nervoso central, que inclui os nervos periféricos, a medula espinhal e o encéfalo, mas as causas da dor podem ser diversas como é o caso de doenças degenerativas. Uma dor que assume diversas formas, vulgarmente descritas “como sensação de queimadura, peso, agulhadas, ferroadas, choques”, que podem ser acompanhadas “de formigamento ou adormecimento de uma determinada parte do corpo”.
A dor neuropática é de difícil tratamento, e a eficácia da terapia depende muito do estágio em que a doença se encontra e da identificação do nervo ou da doença que afeta o nervo. É fortemente limitante da qualidade de vida e responsável por muitas ausências ao trabalho.
Para identificar novos mecanismos para compreender a dor neuropática, o investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S), Fernando Mar, acaba de receber uma bolsa de 10 mil euros da Fundação Grünenthal.
A investigação a desenvolver por Fernando Mar, em conjunto com a equipa de investigadores composta por Ana Nascimento, Liliana Luz, Mónica Sousa, Boris Safronov, Francisco Figueiredo e Gabriel Martins, “irá permitir identificar que alterações existem na estrutura do segmento inicial do axónio e se estas têm repercussão na atividade neuronal”, indica Fernando Mar, citado em comunicado do I3S e Fundação Grünenthal.
Os investigadores sabem que a “dor neuropática deve-se, essencialmente, a uma disfunção da atividade neuronal e o segmento inicial do axónio é extremamente importante para o controlo da atividade neuronal”. Assim, Fernando Mar considera que a investigação a desenvolver poderá levar a “compreender de que forma a regulação do segmento inicial do axónio pode ser usada para o tratamento de situações de dor crónica”.
O investigador do I3S ganhou a bolsa no âmbito da iniciativa da Fundação Grünenthal para Jovens Investigadores em Dor. O mérito do projeto de investigação apresentado por Fernando Mar deve-se sobretudo à “originalidade da pergunta de investigação, incluindo a importância e possíveis repercussões científicas e sociais, assim como a qualidade do plano de investigação”.