Relatório de eurodeputados, que já mereceu aprovação pelo Parlamento Europeu explica como a China, através da sua estratégia de fusão civil-militar, está a conseguir ganhar acesso e a exercer influência sobre as infraestruturas críticas europeias. Uma estratégia chinesa que tem como objetivo sectores de importância vital para a União Europeia (UE), como as infraestruturas de transporte e os portos, as redes de telecomunicações, os metais raros e os cabos submarinos.
Os eurodeputados referem que a estratégia de fusão civil-militar é um programa do Estado chinês, que instrumentaliza todos os níveis do poder estatal e comercial, de modo a reforçar o Partido Comunista Chinês e o seu braço armado, o Exército Popular de Libertação.
Com a estratégia, os eurodeputados, indicam recear que vise a transferência de tecnologia utilizada em atividades civis para as forças armadas chinesas, com o objetivo de aumentar o domínio deste país sobre nações estrangeiras e minar os seus rivais geopolíticos.
Os eurodeputados elogiam as recentes medidas legislativas da UE para aumentar a resiliência das suas infraestruturas críticas, no entanto, os eurodeputados mostraram preocupação por as medidas limitarem-se a procedimentos de análise do investimento direto estrangeiro, deixando outros canais abertos para que o Partido Comunista Chinês tenha acesso e influência sobre os ativos críticos europeus.
O parlamento Europeu pretende que os Estados-Membros e a Comissão Europeia aplicam plenamente o quadro regulamentar alargado, para excluir as entidades que possam contribuir para a estratégia de fusão civil-militar, especialmente no domínio das tecnologias com aplicações militares.
Limitar a influência estrangeira nos portos da UE
Os eurodeputados também aprovaram uma resolução sobre uma estratégia portuária europeia abrangente, que sublinha que os portos desempenham um papel crucial na economia, criam emprego, facilitam o comércio externo, a transição energética e a descarbonização.
Para os eurodeputados alertam para os avisos dos serviços de informação sobre os riscos que a presença económica de países terceiros nos portos europeus podem ter para a dependência económica, espionagem ou sabotagem. Os eurodeputados sugerem que a influência estrangeira nos portos da UE deve ser limitada e por isso indicam que a Comissão Europeia e os governos da UE devem efetuar urgentemente uma avaliação dos riscos do envolvimento da China e de outros países terceiros nas infraestruturas marítimas e do seu impacto no trabalho e no ambiente. Os eurodeputados pretendem um rastreio obrigatório dos investimentos diretos estrangeiros e uma maior cooperação entre os países da UE no bloqueio de investimentos suspeitos em infraestruturas críticas.