Um novo estudo avalia a capacidade do coronavírus SARS-CoV-2 infetar determinadas espécies animais, e a transmissão dessa infeção ser entre humanos e animais, bem como o impacto que da infeção dos animais sobre a segurança alimentar e a economia.
O estudo, focado em animais de companhia, gado, aves, animais de trabalho, como cães de serviço militar e espécies de zoológicos, foi já publicado na Vector-Borne and Zoonotic Disease.
Os autores do estudo identificam três questões: o potencial da transmissão dos animais domésticos aos seres humanos e se esta transmissão pode contribuir para a disseminação comunitária de doenças; o impacto na segurança alimentar, economia e comércio se o gado e as aves forem afetados pelo coronavírus; e o efeito na segurança nacional se o vírus infetar cães usados pelo serviço militar, prejudicando-lhe o olfato que é frequentemente usado para rastrear e detetar explosivos e narcóticos.
Os cientistas indicam que são necessários estudos rigorosos, com recolha robusta de dados e não apenas evidências pontuais. Cães, gatos, leões e tigres já foram testados positivos ao coronavírus SARS-CoV-2, mas são necessários estudos sobre a transmissão do vírus entre espécies animais e entre animais e humanos, e o recurso a testes de diagnóstico a animais domésticos e sobre como a COVID-19 é expressa em animais.
“O potencial do SARS-CoV-2 zoonótico para infetar animais de estimação tem sido um tema de muita discussão”, referiu Stephen Higgs, diretor do Instituto de Investigação em Biossegurança da Universidade do Estado de Kansas, Manhattan. Com mais de 4 milhões de pessoas infetadas com COVID-19 e mais de 290 mil mortes em todo o mundo, desde janeiro, é vital conhecer os riscos que os animais domésticos representam como uma possível fonte de infeção humana. O estudo faz uma revisão do que á conhecido até ao momento sobre o SARS-CoV-2 e animais domésticos.
Os investigadores relatam que desde janeiro até agora foram identificados em todo o mundo vários animais que deram positivo ao teste ao novo coronavírus SARS-CoV-2, mas de forma isolada e não existe nenhum estudo que possa responder às questões formuladas.