A igreja matriz de Torre de Moncorvo, classificada Monumento Nacional, é propriedade do Estado e está afeta à Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), vai ser intervencionada para reabilitação, restauro e consolidação do edificado, conservação e restauro do espólio artístico integrado e para melhorar as condições de acessibilidade e visita.
O imóvel apresenta, na capela-mor, uma pintura integral, sobre granito na abóbada de berço, cornija, arco cruzeiro e enxalços dos vãos, e sobre reboco nas paredes. O tema representado do lado da Epístola, atualmente quase ilegível, ostenta, sobre cartela, a legenda “QUAE EST ISTA, QUAE PROCESSIT SICUT SOL, ET FORMOSA TAMQUAM JERUSALEM”. No lado do Evangelho o tema versa a Última Ceia e apresenta a legenda “Ó SACRUM CONVIVIUM, INQUO CHISTUS SUMITUR: RECOLITUR MEMORIA PASSIONIS/ F.JUS.A”. Cartelas idênticas surgem na parte superior da representação e sob as janelas, estas enquadrando a figura dos Evangelistas: S. João Evangelista, no lado do Evangelho, e S. Mateus, no lado da Epístola. As cenas representadas exibem um enquadramento arquitetónico e decoração de motivação rocaille, são da autoria de Francisco Bernardo Alves, de Bragança, e datam de 1779.
O teto, em abóbada, é constituído por 24 caixotões que ostentam iconografia alusiva à vida e Paixão de Cristo e à simbologia Mariana.
O conjunto pictórico denota o resultado do mau estado de conservação do edifício, particularmente as pinturas sobre reboco dos alçados da capela-mor, degradação que resultou sobretudo de infiltrações de águas pluviais. As últimas intervenções realizadas no edifício pela Direção Regional de Cultura do Norte, atuaram sobre as causas de degradação.
A intervenção de Conservação e Restauro das Pinturas Murais da Capela-Mor que agora têm início, uma ação integrada com cofinanciamento da União Europeia, foi adjudicada à empresa Intonaco, Conservação e Restauro, Unipessoal, Ld.ª pelo valor de total de 60.186,80 euros e tem um prazo de execução de 180 dias.
A intervenção vai ser assente em critérios de rigor histórico, científico e técnico, em que se valoriza a vertente conservativa, melhorando, sempre que possível e necessário, a leitura do conjunto.
As várias atividades a desenvolver na área da reabilitação e restauro da Igreja, abarcam essencialmente a capela-mor e os absidíolos, mas também o espaço do alpendre sul e as portas.
Reabilitação do alpendre sul e das portas
As atuais condições da capela-mor permitem que se realize uma operação de conservação e restauro das pinturas murais dos tetos e paredes laterais, mas também de todas as restantes presentes no arco cruzeiro e nos absidíolos.
Conservação e restauro das pinturas murais da capela-mor
Em simultâneo deverá ser executada uma empreitada de conservação e restauro do corpo do alpendre lateral sul com vista a sanar as causas da sua degradação e travar o processo de deterioração do portal em perda iminente e constante.
Mapeamento das deteriorações da pedra existentes nos portais
Vai ser efetuado um estudo/ diagnóstico sobre o estado de conservação da pedra nos 3 portais do edifício: principal, norte e sul, com o objetivo de preparar uma futura intervenção de conservação e restauro.