A Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental (ULSLO) e em concreto o Hospital São Francisco Xavier é a segunda unidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a primeira da região de Lisboa a implementar uma técnica laboratorial que permite melhorar significativamente o tratamento de infeções associadas a cirurgia ortopédica.
As infeções são comuns em contexto hospitalar devido à natureza invasiva da cirurgia ortopédica. A técnica usada de sonicação, ou banho de ultrassons, permite um melhor isolamento do agente bacteriano causador da infeção e uma melhor adequação do antibiótico usado no tratamento.
Quando se assinala o Dia Europeu do Antibiótico, a Unidade Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (UL_PPCIRA) da ULSLO dá a conhecer os resultados dos primeiros seis meses de implementação da sonicação, confirmando um impacto elevado na redução da toma de antibióticos de largo espetro.
É conhecido que a toma inadequada de antibióticos contribui para um aumento das resistências aos antimicrobianos. Uma condição que é considerada em todo o mundo como um problema de saúde pública emergente.
De acordo com a ULSLO e em termos gerais, o consumo de antibióticos de largo espetro no Serviço de Ortopedia foi reduzido em cerca de 60% comparando a atividade de 2024 com a do período homólogo de 2023.
“O sucesso do tratamento destas infeções ortopédicas depende de um diagnóstico microbiológico preciso”, referiu Catarina Conceição, coordenadora da UL_PPCIRA da ULSLO, e citada em comunicado da Unidade Local de Saúde.
Catarina Conceição acrescentou: “Com a implementação desta técnica, estamos a contribuir para um consumo mais racional de antibióticos e para uma melhor adequação terapêutica, com ganhos na prevenção do desenvolvimento de novas resistências a antibióticos e com benefícios para todos os doentes”.
Para Isabel Aldir, médica infeciologista e presidente do Conselho de Administração da ULSLO “passos como este têm um impacto concreto na Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, que tem de ser uma preocupação constante das instituições de saúde”.
A responsável da ULSLO esclareceu ainda que o serviço agora disponível da ULSLO poderá ser requisitado por outros hospitais, encurtando o tempo de resposta para o processamento laboratorial, que neste caso permitem romper o biofilme da prótese e obter maior precisão na identificação dos agentes microbianos.