O Prémio António Champalimaud de Visão de 2023 foi atribuído, hoje, 6 de setembro ao St John of Jerusalem Eye Hospital Group (SJEHG) pelo trabalho no apoio a centenas de milhares de pessoas que vivem na Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, ajudando a combater a cegueira e permitindo o acesso a cuidados de saúde essenciais, numa região marcada pelo conflito e pela instabilidade.
O Hospital tem desenvolvido a sua atividade na confluência de três grandes religiões do mundo. O conflito na região tem tido um severo impacto negativo no acesso e na prestação de cuidados de saúde. Sem a intervenção do SJEHG, o índice de cegueira seria galopante, aumentando as dificuldades económicas das populações na região.
O SJEHG continua a inovar através da investigação das causas e dos fatores de risco para os problemas oftalmológicos específicos da região, na formação de prestadores de cuidados oriundos das populações locais e na prestação de serviços de saúde de ponta até nas zonas mais isoladas e vulneráveis da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
A Fundação D. Anna de Sommer Champalimaud refere, em comunicado, que o SJEHG é o único hospital especializado em cuidados oftalmológicos nos territórios palestinianos, onde está presente há 140 anos. Ao longo da última década, tem tratado a visão de centenas de milhares de pessoas. No ano de 2022 foram acompanhados 143 mil doentes e realizadas 6.900 cirurgias.
O comunicado refere que um estudo epidemiológico desenvolvido pelo SJEHG demonstrou que a taxa de cegueira na Palestina é dez vezes superior à verificada no Ocidente. Isto deve-se aos problemas de mobilidade, às taxas de desemprego e de pobreza e aos elevados níveis de doenças oculares genéticas.
Além de prestar cuidados de saúde, o SJEHG tem formado equipas de médicos e enfermeiros palestinianos especializados em oftalmologia. No total, o SJEHG é composto por seis hospitais e três unidades móveis, onde trabalham 277 profissionais de saúde.