Trata-se do primeiro ensaio desde que a Honda é representada pela Sózó Portugal, SA, A tradução do japonês do nome da empresa, deriva de Criação e Imaginação. E é este o traço como a marca se pretende posicionar no mercado português, o Civic é disso um primeiro exemplo.
A 10.ª geração do modelo mais emblemático da marca, o Honda Civic 1.0 i-VTEC, surge em Portugal utilizando uma nova plataforma e um desenho desportivo e vincado.
Esteticamente a carroçaria de 3 volumes revela a imagem forte que a marca pretende com esta nova geração. Uma carroçaria mais volumosa e com uma rigidez estrutural superior à anterior geração e com um foco claro na diminuição de consumos e no comportamento.
Para esta nova geração a marca releva o motor diesel para 2018 e apresenta-se com um tricilíndrico de 1.0 e um tetracilíndrico de 1.5.
Para este ensaio foi-nos cedido o Honda Civic 1.0 VTEC Turbo de 129 CV e, se elogios lhe podem ser feitos é que o mesmo passa despercebido, em ruído e vibrações, o que diz bem do trabalho bem realizado pela Honda.
Já no interior as alterações são mais ‘tradicionais’ onde o foco está num interior bem construído, bem insonorizado, ainda que pautado com alguns plásticos rijos, mas que não beliscam a qualidade de construção do modelo.
A posição de condução é fácil de encontrar e os comandos estão ergonomicamente bem colocados.
Munido como a maioria da concorrência de um monitor central – Honda Connect – que conjuga a maior parte das funções do veículo, revelou-se user-friendly e simples de utilizar, sendo que, o ar condicionado ressalta pela capacidade de gerar frio mesmo no mínimo. Funcionalidades como a ligação Bluetooth a sistemas Android e IOS muito simples de usar
Mas é sobre as questões de segurança que a Honda claramente se diferencia neste modelo, com o sistema de alerta de travagem, de transposição da faixa de rodagem, o cruise control dinâmico, a função de pré acidente, câmara de estacionamento traseira. Dizer que todo o sistema funcionou sempre de modo percetível e rigoroso, incutindo confiança numa utilização regular e, nos vários testes simulados, percebe-se que os sistemas em causa, são hoje um modo de minorar em muito o acidente, principalmente aquele que é fruto de distrações pontuais.
Se, em termos estáticos o Civic apresenta fortes argumentos de venda, a grande diferença face à geração anterior reside no bom trabalho feito com a nova plataforma, com a distribuição de pesos, com a suspensão, e que tem o seu ponto máximo no excelente comportamento do modelo, no modo como assimila a estrada e se envolve nas curvas mais ou menos pronunciadas, com uma direção extremamente precisa e intuitiva que devolve uma confiança inusitada ao condutor, a que se alia uma caixa de velocidades curta, precisa e bem escalonada.
Em termos de espaço interior nada a apontar a um modelo vocacionado para transportar 5 passageiros, com conforto ‘germânico’ e uma bagageira com mais de 400 litros, suficiente para as viagens.
Em resumo, a Honda surge com este novo modelo à procura de um espaço seu, por direito, onde a qualidade de construção, mas sobretudo a competência do seu comportamento se revela desde o primeiro contacto
Em termos de preços estes iniciam-se nos 23.300 euros, para a versão confort, até aos 29.700 euros da versão executive, havendo ainda a hipótese de optar pela caixa de variação contínua CVT a que acrescem sensivelmente mais 2.000 euros.
Autor: Artigo de opinião de Jorge Farromba.