O surto de gripe vai alastrar a todo o país nos primeiros dias de 2020. A previsão é do “Despertador das Farmácias”, o barómetro que antecipa a atividade gripal a partir dos dados da dispensa de medicamentos.
Na Região Autónoma da Madeira, no distrito de Faro e no concelho de Almodôvar a previsão é que o surto atinja o grau 4, o mais alto, e é também nestas áreas que se deve verificar a maior afluência aos serviços de saúde.
No restante território continental e nos Açores, o surto vai atingir grau 3, considerado moderado, mas ainda com tendência para o aumento de novos casos, como prevê o Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), da Associação Nacional das Farmácias.
“De acordo com os dados provenientes da actividade das farmácias, já alcançámos o nível de actividade epidémica correspondente ao pico de gripe da temporada do ano passado”, referiu António Teixeira Rodrigues, director do CEFAR, e acrescentou: “Como a atividade da gripe ainda deverá continuar a aumentar, podemos dizer que o surto que atravessamos é pelo menos tão severo quanto o anterior”.
Para as farmácias não há qualquer razão para alarmismos, “até porque o surto do ano passado foi moderado”, neste caso “as pessoas devem é tomar de imediato medidas de prevenção dos contágios, como lavar frequentemente as mãos, evitar ambientes fechados com grande concentração de pessoas e usar lenços descartáveis”.
O “Despertador das Farmácias” prevê a actividade gripal, concelho a concelho, com base nos números diários da dispensa de medicamentos e produtos de saúde. A rede de farmácias atende, em média, 520 mil pessoas por dia. Esse contacto em massa com a população permite antecipar em duas semanas a evolução da epidemia. “Testámos o modelo com os dados reais dos últimos cinco anos. O poder de antecipação das farmácias é uma evidência”, referiu Peter Heudtlass, investigador do CEFAR.