As atividades da RTP e da RDP continuam paradas na Guiné-Bissau, depois da decisão do Governo guineense ter suspendido as emissões no país, dos dois órgãos de comunicação social portugueses. Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto Santos Silva, disse hoje aos jornalistas que depois de várias tentativas ainda não conseguiu falar com o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau.
“Houve tentativas de diligência ao mais alto nível do Governo português, eu próprio tentei falar sem sucesso com o meu colega Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau”, referiu Augusto Santos Silva.
O ministro esclareceu que “ao nível em que isso foi possível houve sempre um relacionamento entre Portugal, representado pelo seu embaixador em Bissau e as mais altas autoridades da Guiné-Bissau”, e em todos os contactos o Governo português referiu que “em primeiro lugar estávamos disponíveis, como sempre estivemos, para reconsiderar os termos da cooperação com a Guiné-Bissau, seja em que área for.”
O ministro português indicou que sempre foi dada resposta, “atempadamente a todas as comunicações recebidas da Guiné-Bissau”, e que o Governo português sempre referiu que “os conteúdos editoriais de quaisquer órgãos de comunicação social português, em particular dos órgãos de comunicação públicos, não são da competência do Governo”.
O Ministro acrescentou que em todos os contactos com o Governo guineense a posição portuguesa foi sempre de que os conteúdos editoriais “não são da competência de nenhum Governo e que não respeitar a independência editorial dos órgãos de comunicação social é tecnicamente não respeitar a liberdade de imprensa e o direito à informação.”
Augusto Santos Silva referiu que tem esperança que, em relação às decisões já conhecidas do Governo Guineense, “o bom senso prevaleça, e o bom senso recomenda que a cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau se reforce e não diminua”, e concluiu: “Se diminuir a cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau quem perde não é o Governo português nem é o Governo guineense é mesmo a população guineense.”