Governo quer revitalizar a atividade termal, para isso, criou um grupo de trabalho interministerial com o objetivo de identificar os constrangimentos e instrumentos para dinamizar a atividade termal, avaliar o impacto económico-financeiro da atividade e conhecer a despesa em cuidados de saúde nos utentes das termas.
O grupo de trabalho envolve as Secretarias de Estado da Saúde, Turismo, Comércio e Energia e o Turismo de Portugal, a Ordem dos Médicos, a Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Associação Termas de Portugal e a Direção-Geral de Energia e Geologia, e deve apresentar ao Governo, até 28 de fevereiro de 2017, propostas para a dinamização das termas.
Existem atualmente em Portugal 40 termas em funcionamento, que empregam direta e indiretamente cerca de 3.500 pessoas, e que disponibilizaram ao longo do ano passado cerca de 420 mil dias de tratamentos termais, indica o Ministério da saúde.
As unidades de termalismos oferecem atualmente, para além dos tratamentos tradicionais, um conjunto de novos serviços, e estão preparadas para a uma crescente procura pelo segmento de Bem-Estar e lazer, que atrai cada vez mais pessoas em busca de estilos de vida saudáveis.
O sector das termas representa, de acordo com dados da Associação Termas de Portugal (ATP), um volume de negócios na ordem dos 33 milhões de euros, tendo registado em 2015 um crescimento na ordem dos 40%.
Em Portugal, apesar da ligeira melhoria nos resultados de 2015, o Turismo Termal tem registado indicadores decrescentes desde 2011. Ainda assim, o setor continua abaixo dos valores registados em 2011, existindo por isso espaço para crescer ao nível da procura.
O aumento de turismo que se tem verificado no país não tem tido um equivalente reflexo na atividade termal, pelo que, indica o Ministério da Saúde, é essencial apostar em produtos que permitam combater a sazonalidade e desconcentrar a oferta contribuindo para a coesão social e territorial.
A revitalização do setor termal e consequente aumento de procura tem um efeito direto ao nível local, pelo consumo de bens e serviços diversos como a hotelaria, restauração, comércio e serviços de lazer.
Ao nível da Saúde, as termas têm desempenhado um papel fundamental ao longo dos tempos, mas atualmente as instâncias termais constituem espaço de convergência sinérgica entre as áreas do lazer e da saúde.
Numa perspetiva de saúde “as potencialidades terapêuticas das águas termais são inquestionáveis, estando cientificamente comprovadas, designadamente na prevenção, tratamento e reabilitação de doenças respiratórias, dermatológicas, alergológicas ou reumatológicas”, refere a nota do Ministério da Saúde.
Numa altura em que a medicina de proximidade é assumida pelos sistemas de saúde como o caminho a seguir no sentido da prestação de cuidados, Portugal deverá dar uma atenção especial às suas instâncias termais enquanto recursos de saúde de enorme valor clínico.
É reconhecida que a prática do termalismo está associada à promoção da saúde e prevenção de doenças, através do incentivo aos estilos de vida saudáveis, dietas adequadas e exercício físico.
Estudos têm vindo “a demonstrar uma clara associação entre a prática dos cuidados termais e uma menor procura do serviço de urgência ou a toma de fármacos, bem como um aumento da qualidade de vida”, e por isso o Ministério da Saúde esclarece que “encara as termas como parceiros estratégicos, capazes de assegurar a redução da despesa inapropriada, contribuindo desta forma para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde”.
A grande maioria dos recursos hidrominerais suscetíveis de serem aproveitados para o termalismo localizam-se nas regiões mais desfavorecidas e do Interior do País, pelo que a atividade termal deve assumir um importante instrumento de desenvolvimento regional, criação de riqueza e de emprego, nomeadamente através da indústria do turismo.
Uma indústria de turismo associado à saúde e bem-estar para a qual Portugal tem condições privilegiadas, tanto mais que as Termas existentes apresentam já uma oferta requalificada e alinhada com as tendências europeias, tanto ao nível de infraestruturas e equipamentos, como ao nível da qualidade dos serviços prestados.