O relato diário do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) referente ao dia 1 de novembro, sobre a situação na região do conflito entre Israel e o Hamas, descreve:
Às 11h00 do dia 1 de novembro, a passagem de Rafah, entre Gaza e o Egipto, foi aberta para a evacuação de cerca de 81 palestinianos feridos para um hospital de campanha egípcio, juntamente com cerca de 345 titulares pessoas com passaportes estrangeiros.
O hospital da Amizade Turco-Palestina, na cidade de Gaza, sem combustível foi forçado a deixar de prestar cuidados médicos colocando 70 pacientes com cancro em sério risco de vida.
Às 20h00, o Hospital Al Hilo, também na cidade de Gaza, foi atingido por um bombardeamento. Atualmente 14 dos 35 hospitais com capacidade de internamento em Gaza deixaram de funcionar.
O 26º dia de hostilidades testemunhou a continuação das operações terrestres israelitas, principalmente no norte de Gaza e nos arredores da cidade de Gaza, juntamente com intensos bombardeamentos.
Entre as 12h00 de 31 de outubro e as 14h00 de 1 de novembro, 280 palestinianos foram mortos em Gaza, elevando o número de vítimas mortais registado desde o início das hostilidades para 8.805, dos quais cerca de dois terços são crianças e mulheres, de acordo com o Ministério da Saúde em Gaza.
Em 31 de outubro, 13 soldados israelitas terão sido mortos em Gaza durante as operações terrestres, de acordo com fontes oficiais israelitas.
Operações terrestres israelitas isolaram a cidade de Gaza e o norte de Gaza com o resto da região a sul de Gaza. A prestação de ajuda humanitária do sul a cerca de 300.000 pessoas deslocadas internamente no norte foi interrompida.
Às 14h00 do dia 1 de novembro, dez camiões transportando água, alimentos e medicamentos tinham entrado em Gaza através da passagem de Rafah, elevando para 227 o número total de camiões que entraram em Gaza desde 21 de outubro. Equipamento para salva-vidas, continua proibido pelas autoridades israelitas.
A passagem Kerem Shalom com Israel, que antes das hostilidades era o principal ponto de entrada de mercadorias, permanece fechada.
O Coordenador de Ajuda de Emergência da ONU, Martin Griffiths, declarou em 1 de novembro que os “caminhões que cruzaram para Gaza até agora, após negociações meticulosas, oferecem algum alívio, mas estão longe de ser suficientes”.
Entre as 03h00 e as 11h15 do dia 1 de novembro, os serviços de telecomunicações e Internet de Gaza foram cortados pela segunda vez em seis dias, deixando os civis em grave perigo no meio dos pesados bombardeamentos israelitas aéreos e terrestres.
Até 1 de novembro, mais de 1,4 milhões de pessoas em Gaza estavam deslocadas internamente, com mais de 690.400 abrigadas em 149 instalações das Nações Unidas (UNRWA).
Nos últimos dias, dezenas de milhares de deslocados internos, que anteriormente estavam em casas com famílias de acolhimento, foram transferidos para abrigos públicos, em busca de alimentos e serviços básicos. Isto aumentou a pressão sobre os abrigos já superlotados. O número médio de deslocados internos por abrigo da UNRWA é quase quatro vezes superior à sua capacidade.
O lançamento indiscriminado de projeteis contra a população israelita continuou nas últimas 24 horas, sem relatos de mortes. No total, cerca de 1.400 israelitas e cidadãos estrangeiros foram mortos em Israel, segundo as autoridades israelitas, a grande maioria em 7 de outubro.
Segundo as autoridades israelitas, 240 pessoas estão mantidas em cativeiro em Gaza, incluindo israelitas e cidadãos estrangeiros. Relatos dos média indicam que cerca de 30 dos reféns são crianças. Até agora, quatro reféns civis foram libertados pelo Hamas e uma mulher soldado israelita terá sido resgatada pelas forças israelitas.
Em 1 de novembro, o Hamas anunciou que sete reféns tinham sido mortos por ataques aéreos israelitas no Campo de Refugiados de Jabalia. Isto segue a um anúncio anterior de que outros 50 reféns tinham sido mortos também pelos bombardeamentos de Israel a Gaza.
O Coordenador de Ajuda de Emergência apelou no dia 1 de novembro às “partes em conflito para concordarem com pausas nos combates”, acrescentando que “esta é a única opção viável para enviar itens de ajuda para Gaza neste momento… aliviando o sofrimento das pessoas e reduzindo o risco de desordem civil”.
Na Cisjordânia, as forças israelitas mataram cinco palestinianos, incluindo uma criança, entre a tarde de 31 de outubro e as 12h00 de 1 de Novembro. Elevando para 128 o número total de palestinianos mortos pelas forças ou colonos israelitas desde 7 de outubro, entre os mortos estão 35 crianças. Um soldado israelita foi morto por palestinianos.
Na noite entre 31 de outubro e 1 de novembro, as forças israelitas prenderam pelo menos 70 palestinianos, em toda a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, elevando o número total de detidos desde 7 de outubro para pelo menos 1.830, segundo fontes palestinianas.
O Gabinete dos Direitos Humanos da ONU (ACNUDH) recebeu relatórios consistentes e credíveis sobre o tratamento cruel, desumano e degradante generalizado dos detidos. Dois detidos palestinianos morreram sob custódia israelita desde 7 de outubro.