As Nações Unidas insistem com os apelos a um cessar-fogo humanitário em Gaza, depois de uma noite de intensos bombardeamentos pelas forças armadas israelitas, por terra, ar e mar. Uma guerra entre Israel e o Hamas em que as instalações de saúde ficaram sem eletricidade e toda a população de civis de Gaza sem comunicações.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou: “Reitero o meu forte apelo a um cessar-fogo humanitário imediato, juntamente com a libertação incondicional de reféns e a entrega de ajuda num nível correspondente às necessidades dramáticas do povo de Gaza, onde uma catástrofe humanitária está a desenrolando-se diante dos nossos olhos.”
No Catar, o Secretário-Geral das Nações Unidas, referiu que uma pausa humanitária na guerra facilitaria a libertação de reféns em Gaza, a evacuação de nacionais de países terceiros e a necessária intensificação massiva da entrega de ajuda humanitária à população de Gaza.
No entanto, António Guterres, lamentou que que em vez da pausa, “fui surpreendido por uma escalada sem precedentes dos bombardeamentos e pelos seus impactos devastadores, minando os referidos objetivos humanitários”.
Também, o corte das comunicações aumenta as preocupações com o pessoal da ONU que está em Gaza para prestar assistência humanitária.
“Esta situação deve ser revertida”, referiu a António Guterres e acrescentou: “Quero repetir o que disse ontem. Este é o momento da verdade. Todos devem assumir as suas responsabilidades. A história julgar-nos-á todos.”
Entretanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a um “apagão total de comunicações e energia elétrica” segue a uma noite de contínuas hostilidades e incursões terrestres em Gaza.
O Hospital Árabe Al Ahli, no norte da Faixa de Gaza, foi danificado por bombardeamentos, quando ‘Mais feridos a cada hora’
A OMS divulgou que os relatos de bombardeamentos perto dos hospitais são gravemente preocupantes e reiterou que é impossível evacuar os pacientes sem por fim às suas vidas, já em perigo.
“Todas as partes das suas obrigações ao abrigo do direito humanitário e dos direitos humanos, o Alto Comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse que “o bombardeamento da infraestrutura de telecomunicações coloca a população civil em grave perigo”.
“Ambulâncias e equipas de defesa civil não conseguem localizar os feridos, nem os milhares de pessoas que se estima ainda estejam sob os escombros. Os civis já não conseguem receber informações atualizadas sobre onde podem ter acesso à ajuda humanitária e onde podem estar em menor perigo”, referiu Volker Türk
E acrescentou: “Dada a forma como as operações militares foram conduzidas até agora, no contexto da ocupação de 56 anos, estou a dar o alarme sobre as consequências possivelmente catastróficas das operações terrestres em grande escala em Gaza e o potencial para milhares de mais civis morrerem”.