É um tempo tão antigo que ainda não o encontrámos à frente. Soltar o corpo em marcha no prazer não silenciado e na liberdade que ainda é luta. Há um ritmo em todas as mudanças e o que vibra é o que sentimos em sabor e o que antecede o entendimento. A voz é uma só, mas ninguém sabe mais disso, foi esquecido. Sai num chamado sem fim, vai chegando sem chegar, desde um tempo que ainda está para ser. Não esperamos no entanto pelo que sempre esteve aqui. De prazer. .G De cerimónia, RITO De libertar. GRITO
“.G RITO” tem conceito e direção artística Piny, com interpretação e cocriação de movimento Adrielle ‘Nala’, Aina Lanas, Catarina Ribeiro, Leo, Maria Antunes, Piny (e participação em residência de Julianne Casabalis, Lúcia Afonso, Vânia Vaz Doutel, Monaxi).
Piny nasceu em Lisboa, em 1981, e tem ascendência portuguesa e angolana. Terminou, em 2007, a licenciatura em Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa e, em 2009, uma pós-graduação em Cenografia. Neste mesmo ano, completou a formação em Cenografia, Dança e Arquitetura em Paris, na École National d’Architecture e no Centre National de la Danse. Trabalhou durante quatro anos como arquiteta e escreveu a tese final de licenciatura sob o tema Tipologias habitacionais do Alto da Cova da Moura, após investigação no terreno durante um ano. Em 2012, terminou a licenciatura em Dança na Escola Superior de Dança.
O percurso na dança começou em 1999, onde iniciou os estudos em danças do Médio Oriente e Norte de África, e, desde 2006, tem feito paralelamente o seu percurso de aprendizagem, pesquisa e ensino de danças urbanas norte-americanas (breakdance, hip hop, house, vogue, waacking) e de fusão destas linguagens. Este estudo tem sido feito um pouco por todo o mundo (Europa, América, Ásia e África), formal e informalmente.
Iniciou, em 2012, o projeto de dança Orchidaceae, coletivo feminino de pesquisa e fusão de linguagens urbanas, do Médio Oriente e contemporâneas, tendo apresentado, desde 2014, o seu trabalho em diversos festivais na Europa, América do Sul, Central e do Norte e também em diversos países na Ásia e África. Leciona a nível nacional e internacional desde 2007 e organiza festivais de dança de fusão, battles e debates sobre danças urbanas, contexto político e social da dança, orientalismo e apropriação/apreciação cultural.
Como intérprete, colaborou com Kwenda Lima, Alice Joana Gonçalves, Filipa Francisco, Tiago Guedes, Victor Hugo Pontes, Ricardo Ambrózio, Tânia Carvalho, Raquel Castro, Cristina Planas Leitão e Marco da Silva Ferreira, com quem trabalha desde 2011.
Em nome próprio, paralelamente ao trabalho desenvolvido nas danças urbanas e fusões, destaca os espetáculos Corpo (i)lógico (Criadores Emergentes em 2011); Periférico (em colaboração com Vhils para a BoCA – Biennial of Contemporary Arts); Sacred Geometry – a meditative State (para o LOOP – Festival de Danças Urbanas); e HIP. a pussy point of view, estreado no Festival DDD (Porto) e apresentado no CCB em 2020.