Projetos editoriais de 247 artistas, editados, produzidos ou distribuídos por 61 produtores musicais, vão receber 1,282 milhões de euros de apoio do fundo criado pela AUDIOGEST – entidade de gestão coletiva de direitos de produtores fonográficos. Este apoio tem o objetivo de ajudar à recuperação do sector da edição musical após dois anos de restrições impostas pela pandemia.
A adesão à linha de apoio e o número de beneficiários do apoio, 61 produtores para 247 artistas, é revelador do fator multiplicador das produtoras discográficas no investimento na indústria da edição musical no país.
Na atribuição de financiamento o valor mínimo por candidatura foi de 7.500 euros. Assim, o fundo vai apoiar 60 editores musicais nacionais e uma associada estrangeira.
O fundo esteve aberto à totalidade do universo dos associados da AUDIOGEST, que inclui as grandes majors internacionais – responsáveis, em 2020, pela venda física e digital de cerca de 65% de todo o reportório nacional – e as editoras e artistas portugueses independentes.
A AUDIOGEST representa 180 associados, dos quais cerca de 40 são produtores estrangeiros que operam em Portugal e 140 nacionais.
A distribuição deste fundo é a resposta da AUDIOGEST à situação crítica do sector que está a ser afetado pelos dois anos de pandemia e medidas limitativas dos espetáculos. O objetivo é compensar o decréscimo da cobrança e distribuição de direitos verificado este ano e em 2020 e, simultaneamente, apoiar, de forma universal e transversal, todos os projetos de investimento em produção, gravação, promoção e distribuição de música nacional.
As verbas disponibilizadas são provenientes dos fundos culturais gerido pela AUDIOGEST, que constitui uma percentagem sobre os direitos cobrados.
Setor afetado por dois anos seguidos de restrições
Em 2020, quando todos os espetáculos musicais foram adiados ou cancelados, as editoras nacionais conseguiram manter os seus níveis de investimento, revelando enorme resiliência e assumindo – mesmo em circunstâncias particularmente adversas – o seu papel insubstituível de transformar talento em sucesso.
Ao segundo ano de pandemia, a redução dos direitos distribuídos poderia pôr em risco a continuidade desse investimento, numa altura em que se torna fundamental o lançamento de novos projetos editoriais.
Recorde-se que o sector da produção e edição musical tem estado sistematicamente arredado de qualquer apoio específico recorrente por parte do Estado, em flagrante contraste com outros sectores culturais.
Associação fomenta autossustentabilidade da Indústria Musical
A autossustentabilidade da Indústria Musical Nacional permite-lhe ser um motor indispensável e insubstituível para todos aqueles que fazem da música a sua atividade (sejam eles autores, artistas, técnicos, ou desenvolvam atividades de suporte). A edição musical continua assim a contar apenas com os seus recursos próprios para desempenhar este papel, desta vez através da associação que a representa.
Lembre-se que, em 2020, a AUDIOGEST contribuiu com meio milhão de euros para o Fundo de Solidariedade com a Cultura (que contou com a participação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, da GDA e da GEDIPE), e que apoiou todo o universo de artistas, técnicos e outros profissionais do espetáculo, que se encontravam impedidos de exercer a sua atividade em virtude da crise pandémica.
“A adesão massiva que tivemos da parte dos nossos associados e o elevado número de projetos de edição musical apresentados, são não só um sinal de vitalidade do sector da edição musical, como também a prova concreta do efeito multiplicador que os investimentos da indústria discográfica trazem a todo o sector musical”, referiu Miguel Carretas, Diretor Geral da AUDIOGEST citado em comunicado.