Oito projetos de I&D de instituições portuguesas vão receber cerca de 5 Milhões de euros (M€) no âmbito da Iniciativa Ibérica de Investigação e Inovação Biomédica, i4b, atribuídos pela Fundação Bancária ”la Caixa” e Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
A iniciativa das duas entidades tem como objetivo estimular em conjunto projetos de investigação de excelência com impacto social no âmbito da biomedicina e da saúde.
Os oito projetos de I&D foram selecionados por um júri internacional nas quatro das áreas em concurso: neurociências, doenças infeciosas, doenças cardiovasculares e projetos transdisciplinares com impacto em biomedicina.
A Iniciativa Ibérica de Investigação e Inovação Biomédica, i4b, foi lançada em 15 de fevereiro de 2018 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), através FCT, e pela Fundação ”la Caixa”. Para o efeito foi estabelecido um Protocolo de Cooperação Científica e Tecnológica no âmbito do Programa “Go Portugal – Global Science and Technology Partnerships Portugal”, promovido pela MCTES.
O protocolo estabelece que a FCT comparticipa com um investimento igual ao investimento da Fundação ”la Caixa” destinado a projetos de investigação selecionados em Portugal em concurso anual promovido em Espanha e Portugal.
Os projetos que vão ser financiados foram selecionados através de concurso aberto e competitivo em que participaram 256 avaliadores internacionais. Os projetos cobrem diversas disciplinas, incluindo “a análise da base neurológica da depressão para obter novas terapias, novos tratamentos para erradicar a malária e novos tratamentos para a insuficiência cardíaca.”
O concurso de investigação em saúde da Fundação ”la Caixa” foi aberto a projetos portugueses pela primeira vez em 2018. Este concurso, que envolve um investimento anual de 12 milhões de euros, é destinado a projetos de investigação de excelência e com impacto social no âmbito da biomedicina e da saúde.
O concurso vem na linha do compromisso social da instituição bancária de promover o “desenvolvimento de projetos de excelência para encontrar novas vias para resolver algumas das problemáticas de saúde mais urgentes no nosso século.”
Concurso com elevada participação e projetos de excelência
Ao concurso de 2018 houve 785 projetos, sendo 167 de Portugal, ao todo foram selecionados 20 projetos, 8 de Portugal e 12 de Espanha. Os projetos abordam investigação relacionada com a “luta contra as doenças que têm mais impacto no mundo, como as cardiovasculares, neurológicas, infeciosas e oncológicas, para além dos projetos destinados a tecnologias biomédicas.”
A seleção das áreas de investigação deve-se ao impacto na sociedade de muitas das doenças, pois dados recentes da Organização Mundial de Saúde, indicam que “as doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte em todo o mundo, seguidas das oncológicas,” e as doenças infeciosas são responsáveis por uma em cada três mortes no mundo, constituindo um importante problema de saúde pública e global, por sua vez as doenças neurodegenerativas afetam as 47 milhões de pessoas, que sofrem de algum tipo de demência.
Os projetos de investigação selecionados no âmbito do concurso de saúde são liderados por investigadores de Universidades, Hospitais e centros de investigação sem fins lucrativos que desenvolvem a sua atividade em Portugal e Espanha. Os projetos selecionados devem ser executados em três anos.
Tipologia de apoios
■ Apoio de até 500.000 euros em três anos para projetos inovadores e transformadores desenvolvidos por uma ou várias equipas de investigação.
■ Ajudas de até 1.000.000 de euros em três anos a projetos multicêntricos com possíveis parceiros internacionais e que contribuem com um elevado grau de transdisciplinaridade.
Concurso transparente e competitivo
O procedimento de concurso e de seleção dos projetos permitiu escolher os projetos de excelência científica e com maior potencial e impacto social, seja no campo da investigação básica, clínica ou translacional. Os avaliadores aplicaram na seleção “um processo que cumpre os parâmetros mais exigentes de qualidade, imparcialidade, objetividade e transparência”, indicou a FCT.
A FCT explicou que numa primeira fase os 256 peritos procederam a uma avaliação forma remota, através da revisão por pares, em cada uma das áreas de investigação: doenças cardiovasculares, doenças infeciosas, neurociências, oncologia e áreas de apoio às ciências biomédicas.
Com as notas obtidas na primeira fase foi elaborado um ranking por cada área temática, tendo sido selecionado um total de 77 propostas para avaliação. A fase final de seleção consistiu numa série de entrevistas aos investigadores, realizadas por cinco painéis, um por área temática, envolvendo cada uma das áreas 36 peritos.