O primeiro Fórum das Indústrias de Defesa UE-Ucrânia decorreu em Bruxelas e foi organizado pela União Europeia (UE), através do Alto Representante, Josep Borrell, o Comissário responsável pelo Mercado Interno, Thierry Breton, juntamente com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Indústrias Estratégicas da Ucrânia Oleksandr Kamyshin. Um Fórum que contou com o apoio da Presidência Belga do Conselho da UE e da Associação das Indústrias Aeroespaciais, de Segurança e de Defesa da Europa (ASD).
O Fórum centrou-se no reforço da cooperação industrial no domínio da defesa entre a UE e a Ucrânia, tendo como objetivo prestar apoio militar sustentado à Ucrânia, e a longo prazo responder melhor às necessidades industriais e de defesa da Ucrânia.
“O Fórum de hoje é um passo fundamental para reforçar a cooperação entre as indústrias de defesa da Ucrânia e da UE. É crucial agora, mas também para as nossas necessidades futuras. Estou convencido de que isso aproximará as nossas indústrias de defesa, permitir-nos-á aprender uns com os outros e ajudará a Ucrânia a defender-se da guerra de agressão da Rússia. Isso pode ser uma virada de jogo no longo prazo”, referiu o Alto Representante da UE, Josep Borrell.
O evento reuniu mais de 400 representantes de governos, indústrias de defesa da UE e da Ucrânia, associações industriais e principais países e organizações parceiros, bem como instituições da UE.
Do Fórum fez parte uma conferência de alto nível e um segmento de matchmaking empresarial, que ofereceu uma plataforma para uma cooperação concreta entre empresas, em particular para pequenas e médias empresas.
O Fórum das Indústrias de Defesa UE-Ucrânia é um primeiro passo concreto na implementação da Estratégia Industrial Europeia de Defesa (EDIS, sigla do inglês), lançada em março de 2024.
O Fórum permite abrir caminho para identificar iniciativas, acordos e projetos emblemáticos de cooperação concretos entre a UE e Indústrias de defesa da Ucrânia, através, por exemplo, de joint ventures. E desta forma promoverá uma cooperação mais estreita entre as empresas de defesa e a integração progressiva da indústria ucraniana na Base Tecnológica e Industrial Europeia de Defesa, também tendo em vista o processo de adesão da Ucrânia à UE.
“O nosso compromisso para com a Ucrânia e a nossa ambição conjunta de mobilizar a indústria europeia para fornecer o que é necessário continuam sólidos como sempre. As indústrias de defesa europeias devem passar para um modo de economia de guerra. O objetivo é produzir mais rapidamente, mais e em conjunto, para continuar a apoiar a Ucrânia, agora e a longo prazo”, afirmou Thierry Breton, Comissário europeu para o Mercado Interno.
A Comissão Europeia reforça em comunicado que a UE mantém-se firme na sua determinação e no seu firme compromisso de apoiar a Ucrânia com tudo o que for necessário para prevalecer, tanto a curto como a longo prazo, e que o Fórum é testemunha deste compromisso.
“Se quisermos manter a paz na Europa, temos de fazer a transição para uma economia e uma indústria europeias em tempo de guerra, por mais paradoxal que isto possa parecer. O que podemos fazer é dissuadir a Rússia agressiva, demonstrando que a Europa tem os meios para se defender. Um espaço industrial de defesa comum ajudaria a superar os problemas existentes. Nenhum país pode ajudar a Ucrânia e proteger a Europa sozinho. Somente um esforço coletivo pode”, referiu Dmytro Kuleba, Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia.
A Comissão Europeia refere que a UE continuará a incentivar os Estados-Membros a prestarem mais e mais rapidamente assistência militar à Ucrânia e a prestarem apoio através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz. A UE propôs apoiar a aquisição conjunta da indústria de defesa europeia (e da Noruega) e incentiva a aquisição através de joint ventures entre a indústria de defesa europeia e ucraniana.
A UE está também a trabalhar no sentido da criação de um Gabinete de Inovação da UE em Kiev, anunciou a Comissão Europeia.