Para celebrar o centenário do fim da Primeira Guerra Mundial, que ocorre em 2018, as embaixadas da Alemanha e da França em Portugal realizam a Semana Franco-Alemã pela Paz: 100 anos após a Primeira Grande Guerra. No âmbito dessa semana decorre o debate, sob o título ‘Filosofia e crise após a Primeira Guerra Mundial’, e a exibição do filme Frantz, de François Ozon. Os dois eventos debruçam-se sobre o “Zeitgeist” (espírito da época) e a sua expressão cultural, “uma área pouco habitual na abordagem do tema.”
A Primeira Guerra Mundial, que decorreu de 1914 a 1918, é considerada a catástrofe seminal do século XX. Um acontecimento “que mudou fundamentalmente a vida e o pensamento dos povos da Europa”. Mas os abalos da guerra e consequentes atribulações dos anos 1920 constituíram também o terreno fértil para “uma explosão do pensamento”.
O debate pode esclarecer questões como:
■ Qual era então o pensamento intelectual nesta década de filosofia?
■ O que fez eclodir esta “explosão de pensamento”?
■ Como foram recebidos os filósofos alemães: Martin Heidegger; Ludwig Wittgenstein; Walter Benjamin e Ernst Cassirer na terra do suposto e antigo “arqui-inimigo” francês?
■ Em Portugal, quais os filósofos que cunharam o pensamento nesses países após a Primeira Guerra Mundial?
■ E em que medida as teorias destes pensadores foram mobilizadas e usadas no caminho para a próxima catástrofe, a Segunda Guerra Mundial?
Questões a serem discutidas pelo autor do livro “O Tempo dos Magos”. A Grande Década da Filosofia 1919 a 1929, Wolfgang Eilenberger, o professor de filosofia e perito de filosofia alemã Jean-François Courtine e pela filósofa Maria Filomena Molder, num debate moderado por Gerd Hammer, Professor da Universidade de Lisboa.
• O debate ocorre dia 15 de novembro, pelas 19h00, no Goethe-Institut, em Lisboa, e tem tradução simultânea em alemão, português e francês, com entrada livre
• No dia 17 de novembro, sábado, também às 19h00, é exibido o filme Frantz, de François Ozon, também com entrada livre.
Da sinopse do filme descreve: “Após a Primeira Guerra Mundial, a jovem alemã Anna visita todos os dias a campa do seu noivo Frantz, morto em combate. Um dia conhece Adrien, um misterioso jovem francês que também visita a campa de Frantz. A sua presença, tão repentina após a guerra, vai agitar os ânimos na cidade. FRANTZ é inspirado no filme O Homem que Eu Matei (1932), de Ernst Lubitsch.”
Biografias dos participantes no debate
Wolfram Eilenberger estudou Filosofia, Psicologia e Estudos Românicos em Heidelberg, Turku e Zurique e fez seu doutorado sobre Michail Bachtin. Desde 1999, trabalha como publicista, escrevendo entre outras publicações, para o semanário Die Zeit. Eilenberger foi editor-chefe da revista Philosophie Magazin e, desde novembro de 2017, é diretor de programação da editora berlinense Nicolai Publishing & Intelligence. Além disso, é autor de inúmeros livros especializados em filosofia, traduzidos em diferentes idiomas. O seu mais recente livro ‘O Tempo dos Magos’. A Grande Década da Filosofia 1919 – 1929 foi publicado em 2017 e rapidamente tornou-se num bestseller.
Jean-François Courtine é especialista em Filosofia Alemã e em História da Ontologia, é membro honorário do Instituto Universitário de França e professor emérito da Universidade Paris-Sorbonne. Em 2013, foi-lhe outorgado o Grande Prémio de Filosofia da Academia Francesa, “pelo conjunto da sua obra”.
Maria Filomena Molder é Professora Catedrática com Agregação aposentada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (UNL). Foi membro do Conselho científico do Collège International de Philosophie, em Paris e do Groupe International de Recherches sur Nietzsche (GIRN). Desde 1978, publica artigos sobre arte e artistas selecionados em catálogos e outras publicações, entre os quais Rui Chafes, Helena Almeida, Ana Vieira, Julião Sarmento, José Pedro Croft, Bernard Plossu, Juan Muñoz, Antony Gormley, Louise Bourgeois, Francisco Tropa e Amadeo de Souza-Cardoso.