Festival Regards Croisés Portugal em Vila Nova de Gaia

Festival Regards Croisés Portugal, previsto para março, tem agora lugar entre os dias 8 e 11 de outubro, no Armazém22, Vila Nova de Gaia. Espetáculos de Portugal, Espanha e França, mas também workshops, ensaios abertos e discussão entre artistas e público.

Festival Regards Croisés Portugal em Vila Nova de Gaia
Festival Regards Croisés Portugal em Vila Nova de Gaia

A Dança volta a invadir Vila Nova de Gaia entre os dias 8 e 11 de outubro de 2020. O Festival transfronteiriço Regards Croisés Portugal, cuja estreia estava prevista para março, mas foi adiada devido à pandemia de Covid-19, vai instalar-se no Armazém22 com espetáculos de dança contemporânea e workshops para bailarinos e público em geral, momentos de ensaio aberto e discussão entre artistas e o público.

Naquela que será a abertura oficial no Armazém22, a 9 de outubro, a Kale Companhia de Dança propõe o espetáculo “TERRAS”, a mais recente criação em formato triplo, inspirada na efeméride do Dia Mundial da Floresta, envolvendo três coreógrafos: Companhia La Tierce (FR); André Mesquita (PT); Matxalen Bilbao (Bilbao, ES).

A 10 de outubro segue-se a Compagnie Adéquate (Poitiers, França) com a peça “Chronique Diplomatique”, espetáculo para duas bailarinas que explora a ideia de corpos em negociação.

O encerramento, no dia 11 de outubro, faz-se com “Mutu”, peça para três intérpretes pela companhia de Myriam Perez Cazabon (País Basco Espanhol), uma reflexão sobre a sociedade atual onde as “relações pessoais estão sobredimensionadas enquanto os valores humanos estão em decadência”.

Para além destes espetáculos no Armazém22, com preço único a 5€, o Festival Regards Croisés Portugal, propõe um ensaio aberto com entrada gratuita, dia 8 de outubro, às 19h30, e três workshops de dança, dia 10 e 11 de outubro, destinados a bailarinos profissionais, pré- profissionais e público em geral, com inscrição limitada à apresentação de bilhete para os espetáculos e aos lugares existentes.

Regards Croisés é promovido desde 2012/13 pelo laboratório de pesquisa coreográfica LE LABO da Companhia Malandain | Ballet Biarritz com direção artística de Gael Domënger e acontece pela primeira vez no nosso país. Regards Croisés Portugal é um projeto de cooperação coreográfica para a difusão da dança contemporânea e a promoção de encontros entre o público, artistas e estruturas educativas, segundo a prática de três criadores oriundos de realidades geográficas distintas (Portugal, Espanha, França) com diferentes visões artísticas e culturais. O festival é organizado pela Kale Companhia de Dança, com o apoio da Câmara Municipal de Gaia, Companhia Malandain | Ballet Biarritz, Fundición Bilbao (Bilbao-Espanha), tendo a Antena 2 e Alliance Française como parceiros de comunicação.

PROGRAMAÇÃO

Espetáculos

Armazém22

9 outubro 2020, 19h30

TERRAS (PT/ES/FR)

Kale Companhia de Dança

Coreografias:

– Quando falte la lluvia, Matxalen Bilbao (ES)

– There is some wind this year, my friend, La Tierce (FR)

– SOURCE, André Mesquita (PT)

Interpretação: Kale Companhia de Dança

Desenho de luz: Joaquim Madail

Ensaiadoras: Sara CM Moreira e Inês Negrão

Duração: 70’

Cuando falte la lluvia…

“……Frente al mar, ante una montaña, entre los árboles de un bosque o a la entrada de un valle que se tiende a mis pies quiero ser naturaleza.”

A peça reflete sobre os vínculos entre natureza e ser humano. Um lugar de metáforas e paisagens cheio de sensações, formas e texturas. Um universo poético no qual interrogar e denunciar a nossa evolução em relação ao planeta. Um elogio à natureza e a nós mesmos como parte dela. Um desejo de criar novos contextos e um mundo melhor.

Direção e Coreografia Matxalen Bilbao

Intérpretes Kale Companhia de Dança

Música J. S. Bach, Arvo Pärt

Sonoplastia Domingos Alves

Textos intérpretes

Voz Tilike Coelho

There is some wind this year, my friend

“There is some wind this year, my friend” é um convite para novas formas de atenção, tanto entre intérpretes e espectadores, bem como entre os próprios intérpretes. Imaginada como uma sucessão de “ouvertures” (aberturas), a coreografia – sensível e minimal – desdobra-se sobriamente entre os corpos em presença. No inverso das formas e dos gestos, no vazio entre os olhares dirigidos, surge uma conversa discreta – uma conversa sem palavras que sustenta espectadores e intérpretes, vivos, no mesmo sentimento de vulnerabilidade benevolente. Juntos, eles são um pouco como uma floresta: partilhando todos a mesma terra, atentos ao ar, sensíveis ao estado efémero e mutável das coisas.

Coreografia La Tierce

Intérpretes Kale Companhia de Dança

Música Arte da Fuga, J. S. Bach

SOURCE

“Source” (origem) é uma meditação simples sobre o corpo pensante, o corpo que dança. Uma meditação sem fim que vive no olhar do espectador em pura abstração de movimento.

A partir tão somente da reflexão sobre a palavra – origem – envolvemo-nos em fragmentos de movimento que nos levaram a passar pelo Começo, pelo Início, por Darwin, pela espécie, pelo Humano, pelo primórdio… e inequivocamente pelo amor…

A ORIGEM, desde a mais pequena partícula à mais complexa constelação de relações e formas de vida, do invisível, fragmentos de meteorito à possibilidade de um dia sermos espectadores de um fim apocalíptico.

Coreografia André Mesquita

Intérpretes Kale Companhia de Dança

Música Simon James Phillips

10 outubro 2020, 19h30

Chronique Diplomatique por Compagnie Adéquate (FR)

Coreografia: Compagnie Adéquate | Lucie Augeai & David Gernez

Duas mulheres, desconhecidas uma da outra. Dois corpos diferentes, dentro do mesmo espaço, esculpido pela luz. O seu confronto exige a busca de um acordo. Como reage um corpo quando entra em negociação? Negociar com o outro, mas também consigo mesmo, para ajustar o encontro. Encontrar pontos de contato nesta arte sutil da diplomacia. Que estratégia, quais os mecanismos para encontrar um terreno comum? O espaço estreita-se em torno de um diálogo corpo a corpo, entre apertos de mão e braços de ferro. Uma dança vital no jogo diplomático.

Coreografia: Lucie Augeai e David Gernez

Colaboração Artística: Jessica Fouché

Interpretação: Lucie Augeai e Bora Wee

Criação Musical: Anthony Rouchier

Criação Luz: Étienne Soullard

Figurinos: Gwendoline Grandjean

Duração: 50’

11 outubro 2020, 19h30

“Mutu” por Companhia Myriam Perez Cazabon (ES)

MUTU põe em cena três episódios ou espaços de comunicação, onde o silêncio substitui todo o significado da palavra e onde o intercâmbio emocional e o entendimento entre pessoas tomam corpo através de gestos menores e, sobretudo, através do olhar.

MUTU é a expressão das transformações sofridas pelos relacionamentos. Reflexo do declínio da compreensão entre as pessoas.

Coreografia: Myriam Perez Cazabon

Interpretação: Leire Otamendi, Eneko GilMyriam Perez Cazabon

Música: Maite Arroitajauregi – Mursego

Dramaturgia: Agurtzane Intxaurraga

Criação Luz: Junki Mayo

Cenografia e Figurinos: Myriam Perez Cazabon

Duração: 45’

Bilhetes em https://www.ticketline.sapo.pt/salas/sala/2621

Ensaio aberto / Conversas com o público na presença dos coreógrafos e bailarinos no Armazém22, Vila Nova de Gaia

8 outubro 2020, 19h30

Ensaio aberto

TERRAS / Kale Companhia de Dança (PT)

Entrada livre, mediante lotação sala

ATELIERS / WORKSHOPS

Armazém 22, Vila Nova de Gaia

10 outubro 2020, 10h00-12h00

Workshop Kale Companhia de Dança (PT)

Sobre espetáculo “TERRAS”

Destinatários: Pessoas c/experiência em Dança >12 anos

10 outubro 2020, 14h30-16h30

Workshop Myriam Perez Cazabon / Cie Myriam Perez Cazabon (ES)

Sobre peça “Mutu”

Destinatários: Alunos de Dança >12 anos e <16 anos

11 outubro 2020, 10h00-12h00

Workshop Lucie Augeai e David Gernez/ Compagnie Adéquate (FR)

Sobre peça “Chronique Diplomatique”

Destinatários: Público geral >12 anos

A participação no workshop implica a inscrição via email: armazem22@kale.pt, e apresentação do bilhete do respetivo espetáculo. Sujeito a confirmação.