Extratos ricos em antioxidantes encontrados nas cascas de mangostão matam germes e interrompem infeções na mucosa intestinal. A descoberta é de investigadores da Universidade de Chulalongkorn, na Tailandia, que conseguiram replicar as hidroxi-xantonas.
Não é apenas “o mangostão”, a rainha das frutas tailandesas, uma fruta deliciosa e saudável, mas a casca também é abundante em extratos benéficos para a saúde. Antigamente, a sabedoria local referia-se ao uso da casca de mangostão como boa para curar dores de estomago, inflamação da pele e para a cura de feridas em animais. Atualmente têm sido feitos esforços para aplicar extratos de casca de mangostão em vários medicamentos e produtos, como emplastros, géis e máscaras cirúrgicas.
Benefícios da casca de mangostão
A Investigadora Suthasinee Poonyachoti da Chulalongkorn University foi recentemente bem-sucedida no desenvolvimento de uma substância que replica a estrutura química do extrato da casca de mangostão que ajuda a parar os derrames no intestino. Além dos benefícios para a saúde, o extrato reduz a necessidade de medicamentos em humanos e em animais.
Xantonas – uma substância natural na casca do mangostão rica em benefícios
A investigação sobre a casca de mangostão permitiu a Suthasinee Poonyachoti descobrir xantonas, uma substância do grupo Flavanol que é eficaz no combate ou interrupção de vários tipos de inflamação com qualidades como anticancerígenas, antibacterianas, antialérgicas, anti-inflamatórias, antimicrobiano, antimalárico e antioxidante.
Partindo da capacidade das xantonas de reduzir a inflamação e destruir bactérias, os investigadores conseguiram extrair xantonas na forma de hidroxi-xantonas ou HDX com uma alta eficácia para a saúde de humanos e de animais.
“As extrações de cascas de mangostão trouxeram uma variedade de substâncias benéficas e prejudiciais. Além disso, as extrações devem passar por um processo bastante complexo e não podemos controlar a qualidade dos extratos, pois depende de fatores como métodos de plantio, uso de fertilizantes, clima, cuidados, etc.”, referiu Suthasinee Poonyachoti.
A investigadora acrescentou: “Escolhemos o método de análise e procuramos mimetizar a estrutura química das Xantonas das cascas de mangostão, dando-nos os extratos essenciais desejados que são mais fáceis de aplicar diretamente como adjuvantes em medicamentos, alimentos e outros produtos e controlar sua eficácia da melhor maneira possível”.
Síndrome do intestino permeável – uma causa de doença em humanos e animais
A síndrome do intestino permeável pode levar a muitas doenças, especialmente a septicemia, que pode estar escondida nos nossos corpos. Isso acontece quando há uma anormalidade nas funções dos intestinos e das microvilosidades.
“Se puder imaginar como as células das microvilosidades funcionam. Elas alinham-se umas ao lado das outras e são responsáveis por rastrear e controlar substâncias tóxicas e bactérias que entram na corrente sanguínea. Quando ocorre a inflamação, as células não podem alinhar-se umas ao lado das outras que funcionam como uma fortaleza, o que possibilita a entrada de substâncias tóxicas ou estranhas na corrente sanguínea. A condição é perigosa e deve ser tratada antes que seja tarde demais”, explicou a investigadora.
Um intestino permeável nem sempre apresenta sintomas mas pode levar a outras doenças físicas, como cansaço excessivo, fadiga, dores de cabeça ou outras dores no corpo sem nenhuma indicação clara das causas.
“A causa não é clara, mas supõe-se que seja o resultado do stress. Se o sintoma ocorrer em seres humanos, eles devem consultar os médicos imediatamente. No entanto, se ocorrer em animais, é mais difícil dizer se os mesmos estão doentes”.
Desenvolver HDX em produtos de saúde para humanos e animais
A investigação está em fase experimental para determinar a qualidade do desempenho do HDX. Tem sido usado em produções de porcos antes de ser experimentado em seres humanos e ou tipos de animais maiores e variados. “No futuro, o HDX será experimentado com adjuvante em uma variedade de produtos, como medicamentos e alimentos, para melhorar a qualidade de vida de humanos e animais”, concluiu a investigadora da Universidade tailandesa.