A exposição “Na Rota das Catedrais – Construções (d)e Identidades” foi distinguida pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM) com prémio na categoria “Exposição Temporária”. A exposição organizada pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e pelo Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja esteve patente ao público de 28 de junho a 30 de setembro de 2018, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
As entidades organizadoras manifestaram satisfação pelo reconhecimento da exposição com o prémio APOM, que foi anunciado no dia 24 de maio de 2019, em cerimónia que decorreu no Teatro Miguel Franco, em Leiria.
Marco Daniel Duarte, historiador de arte e diretor do Museu do Santuário de Fátima, foi o comissário da exposição premiada que reuniu na Galeria D. Luís do Palácio da Ajuda mais de 110 peças provenientes de catedrais e igrejas de Portugal continental, Madeira e Açores, algumas classificadas como Tesouros Nacionais.
A exposição recorreu “a uma museografia atrativa, didática e contemporânea”, criando “uma narrativa que articulou a génese e a caraterização de cada um dos monumentos, ao mesmo tempo que fez sobressair a notoriedade do conjunto”. O objetivo conseguido foi “transportar” o visitante para o território específico onde cada catedral se implanta.
“Na Rota das Catedrais” destacou-se pela amplitude do período cronológico representado – do séc. VIII a.C. até ao séc. XXI – e ainda pela diversidade dos objetos expostos: do mobiliário à ourivesaria, passando pela pintura, matéria têxtil, escultura, peças ligadas à prática litúrgica, livros antigos e partituras musicais.
Um conjunto de peças de excecional valor histórico, artístico e simbólico, provenientes de museus, bibliotecas, arquivos e das próprias catedrais. Do conjunto fizeram parte, nomeadamente, a Cátedra dos antigos bispos de Ceuta (séc. XV), peça de mobiliário tardo-medieval que se conserva na Colegiada de Santo Estêvão, em Valença do Minho, e que é a mais antiga cadeira episcopal do património português, a par de vários objetos venerados nas catedrais portuguesas, como a Nossa Senhora da Boa Morte (séc. XVIII), da Catedral de Coimbra (Sé Nova) ou o Menino Jesus da Cartolinha, da concatedral de Miranda do Douro.
A exposição constituiu um momento irrepetível, uma vez que as peças reunidas e expostas dificilmente voltarão a ser mostradas num mesmo local. Para a DGPC, a exposição “destacou-se igualmente pela estreita ligação à Rota física, assumida a intenção de lhe conferir renovada visibilidade, sensibilizando o público, nacional e estrangeiro, para um roteiro cultural de invulgar riqueza”.
O projeto “Rota das Catedrais” é uma iniciativa que teve por base um acordo de cooperação assinado em 2009 entre a DGPC e o Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja. Uma iniciativa extensível a todo o território português, que envolve parceiros locais, regionais e nacionais, através dos Cabidos, Paróquias e Direções Regionais de Cultura, a par de outras entidades, e que ao longo destes anos já resultou em muitas ações de valorização do património envolvido.
A exposição “Na Rota das Catedrais” teve o apoio mecenático da Fundação Millennium bcp, da Lusitânia Seguros e do Turismo de Portugal.