Eurodeputados da Comissão de Relações Externas rejeitam resultado das eleições na Bielorrússia por fraudulentas

Os eurodeputados David McAllister e Małgorzata Gosiewska declaram que a chamada eleição presidencial de ontem, 26 de janeiro de 2025, na Bielorrússia, teve apenas como objetivo “consolidar o governo ilegítimo do ditador Lukashenko”.

Eurodeputados da Comissão de Relações Externas rejeitam resultado das eleições na Bielorrússia por fraudulentas
Eurodeputados da Comissão de Relações Externas rejeitam resultado das eleições na Bielorrússia por fraudulentas. Foto: © UE

O eurodeputado alemão, David McAllister, presidente da Comissão de Relações Externas do Parlamento Europeu (PE), e a eurodeputada polaca, Małgorzata Gosiewska, presidente da Delegação para as relações com a Bielorrússia, emitiram uma declaração conjunta sobre as eleições na Bielorrússia.

Na declaração, os eurodeputados referem que “o regime de Lukashenko na Bielorrússia encenou outra chamada eleição presidencial”, dado que “não atendeu aos padrões internacionais para eleições livres e justas”.

No entender dos eurodeputados “o regime suprimiu sistematicamente a dissidência, excluiu vozes da oposição e negou a muitos bielorrussos no exterior o direito de votar”. Assim, o processo eleitoral “teve apenas um propósito: consolidar o governo ilegítimo de Lukashenko”.

“O Parlamento Europeu continua a condenar as violações dos princípios democráticos e dos direitos humanos que ocorrem na Bielorrússia”, referem os dois eurodeputados.

Assim, consideram que “a União Europeia não deve reconhecer os resultados desta chamada eleição. A democracia não pode prosperar numa atmosfera de medo, repressão e silenciamento sistemático das vozes da oposição.”

Nos últimos anos, sobretudo nos dois últimos com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, verifica-se uma “aliança cada vez mais profunda do regime de Lukashenko com a Rússia, incluindo sua cumplicidade na guerra de agressão contra a Ucrânia”, que “corroeu ainda mais a soberania bielorrussa e desestabilizou a região”.

Na sequência da aliança entre a Bielorrússia e a Rússia, “a União Europeia respondeu implementando sanções direcionadas contra indivíduos e entidades ligadas às práticas repressivas do regime. O apoio financeiro e político foi redirecionado para a sociedade civil bielorrussa e as forças democráticas. Os 140 milhões de euros alocados pela Comissão Europeia demonstram o compromisso da UE em capacitar aqueles que trabalham em prol da mudança democrática e da responsabilização.”

O Parlamento Europeu, dizem os dois eurodeputados, solidariza-se “com a luta do povo da Bielorrússia pela democracia. A resiliência da oposição democrática, liderada por Sviatlana Tsikhanouskaya, e sua coragem diante da repressão são inspiradoras”. A oposição democrática “ têm nosso apoio enquanto procuram liberdade, dignidade e o direito de determinar o destino do seu país”, concluem os eurodeputados.