Estudantes do 4.º e 5.º anos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária pedem para ser incluídos na Fase 1 do Plano de Vacinação contra a COVID-19, dado que se encontram, envolvidos na prestação de cuidados de saúde a doentes e por conseguinte em risco acrescido de contraírem a COVID-19.
A Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ANEMD) lembra que endereçou ao Governo em 16 de dezembro de 2020 uma tomada de posição sobre a vacinação dos estudantes, mas que ainda não recebeu qualquer resposta. No dia 29 de dezembro, o Fórum Nacional de Estudantes de Saúde (FNES), remeteu ao Secretário de Estado da Saúde e ao Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, um pedido para que os estudantes de Medicina Dentária, Ciências Farmacêuticas, Enfermagem e Medicina, inseridos em contexto clínico e/ou hospitalar na Fase 1 do Plano de Vacinação, tenha recebido uma resposta negativa por parte do antigo Coordenador da Task-Force, Francisco Ramos.
A ANEMD indica que tem vindo nos últimos meses a empenhar esforços para que cerca de 1200 estudantes do 4.º e 5.º anos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária seja, vacinados. Mas apesar de todo o trabalho ainda não foi considerada a vacinação de COVID-19 aos estudantes de Medicina Dentária.
O Plano de Vacinação contra a COVID-19 foi apresentado no dia 3 de dezembro de 2020 pela equipa coordenadora que o desenhou, pela Ministra da Saúde e pelo Primeiro-Ministro. Para o efeito, o Governo e a Task-Force constituída para a elaboração do referido documento definiram os grupos prioritários a quem a vacina deve ser administrada, onde figuram os profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados de saúde a doentes.
Apesar de todos os esforços empreendidos ao longo dos últimos meses, que coincidiram com o decorrer da primeira fase da estratégia de vacinação, para incluir os cerca de 1200 estudantes do 4.º e 5.º anos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária nos grupos prioritários, e sobre o qual não se conhece qualquer reação da parte do Governo, o Senhor Coordenador da Task-Force para o Plano de Vacinação contra a Covid-19, Vice-Almirante Henrique Gouveia e Melo, em audição na Comissão Parlamentar de Saúde no dia 24 de fevereiro, referiu que apenas “os estudantes de medicina, farmácia e todos os estudantes que de alguma forma operam em contexto hospitalar estão a ser equacionadas para serem priorizados”.
Assim, a ANEMD lembra que:
■ Os estudantes do 4.º e 5.º anos do Mestrado Integrado estão diariamente expostos a uma variedade de agentes infeciosos, que são transportados por aerossóis gerados durante a realização de determinados procedimentos clínicos e que promovem um aumento da disseminação de gotículas respiratórias e, por isso, do risco da infeção cruzada;
■ O vírus SARS-CoV-2 pode manter-se ativo em aerossóis por um período superior a 3 horas e em várias superfícies por um período de 72 horas;
■ Os estudantes dos anos clínicos encontram-se sob as mesmas condições de trabalho e de risco dos Médicos Dentistas, que foram reconhecidos e integrados na Fase 1 do Plano de Vacinação e já começaram a ser vacinados;
■ A prática clínica da Medicina Dentária tem um dos maiores riscos de infeção por SARS-CoV-2 associado, o que potencia a existência de vetores de transmissão;
■ Por estarem inseridos em contexto hospitalar, alguns estudantes de Ciências Farmacêuticas, Enfermagem e Medicina já foram incluídos na Fase 1 do Plano de Vacinação;
■ Os Presidentes e Diretores das Escolas Médico-Dentárias já iniciaram a recolha preventiva das informações necessárias para a vacinação imediata dos estudantes dos anos clínicos, pelo que se encontram a aguardar a determinante autorização do Governo.
A ANEMD e as Associações e Núcleos de Estudantes de Medicina Dentária, por meio de uma carta enviada ao Governo, condenaram a sua atuação face a esta matéria e, mais uma vez, exigiram a integração urgente dos estudantes do 4.º e 5.º anos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária na Fase 1 do Plano de Vacinação.