Ursula von der Leyen, no Global Gateway Forum, em Bruxelas, citou o poeta e estadista Johann Wolfgang von Goethe para referir que “quem não avança, retrocede”, e a Europa quer avançar, e por isso apresentou o maior programa de investimento global de sempre, o Global Gateway, com 300 mil milhões de euros para financiar e construir infraestruturas limpas.
Dois anos depois do lançamento do Global Gateway, Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, já vê resultados positivos, e indica: “Unimo-nos ao Gana, ao Ruanda, ao Senegal e à África do Sul para construir a primeira capacidade de produção de vacinas no continente. E até à data, já mobilizámos 1,2 mil milhões de euros. As fábricas modulares já chegaram ao Ruanda para ajudar a produzir vacinas de mRNA. E não se trata apenas das vacinas contra a COVID-19. O que é surpreendente sobre a tecnologia mRNA é que ela promete combater eficazmente doenças que – e vocês conhecem todas elas – são endémicas em África, continuando a matar milhões de pessoas, como a malária, a tuberculose ou o VIH”.
Mas acrescentou a Presidente da Comissão Europeia: “A fabricação de vacinas foi o primeiro projeto emblemático da Global Gateway, mas é claro que existem muitos mais. Só este ano, o nosso trabalho centrou-se em cerca de 90 projetos emblemáticos”
E destacou: “Lançámos uma parceria com os nossos amigos da América Latina e das Caraíbas que também querem unir-se em vacinas e medicamentos. No México, vimos investimentos importantes da Sanofi para produzir vacinas contra a gripe. No Bangladeche e no Vietname, lançámos projetos de energia solar, eólica offshore e hidroelétrica, no valor total de mais de mil milhões de euros. Estamos a instalar cabos de fibra ótica para a Internet sob o Mar Negro até à Geórgia e à Ásia Central. E estamos a ligar os caminhos-de-ferro e as redes elétricas nos Balcãs Ocidentais, na Moldávia e na Ucrânia, para os aproximar do nosso Mercado Único”.
No domínio das alterações climáticas Ursula von der Leyen referiu que foi feita “da tecnologia limpa e da energia limpa uma prioridade dos investimentos do Global Gateway”, e acrescentou que irão ser anunciados “novos acordos sobre matérias-primas essenciais com a República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia. Juntos, estamos a construir o Corredor Transafricano, que ligará o sul da RDC e o norte da Zâmbia aos mercados globais através do Porto do Lobito, em Angola. Estamos também a construir corredores económicos estratégicos na África Austral, ligando o Atlântico e o Oceano Índico. A Namíbia, por exemplo, deverá tornar-se um centro energético regional e global. Juntos, estamos a associar-nos ao Banco Europeu de Investimento para transformar os abundantes recursos eólicos e solares da Namíbia em energia renovável abundante. É um plano de negócios atraente e tão interessante que países como a Colômbia, a Mauritânia e o Cazaquistão estão a trabalhar connosco em projetos semelhantes”.
Outro dos projetos, indicou Ursula von der Leyen é o projecto MEDUSA com o Egipto, que pela primeira vez, “liga as costas norte e sul do Mediterrâneo através de um cabo de fibra ótica de alta capacidade”.