Especialistas e investigadores de todo o mundo participam, em Lisboa, na 15.ª edição do Congresso da Sociedade Ibérica de Citometria, que decorre até dia 27 de maio, no Centro Cultural de Belém.
A citometria de fluxo consiste numa técnica para medir, contar, examinar e classificar células ou outras partículas microscópicas suspensas em meio líquido em fluxo, como esferas, microvesículas ou microrganismos. Um processo que permite analisar vários parâmetros das células, ou outras partículas, em simultâneo.
A citometria de fluxo recorre a uma interação tripla entre sistemas de fluídos, ótica e eletrónica, permitindo uma análise multiparamétrica, em simultâneo, e quase em ‘tempo real’.
Para além da sua caracterização, as células, bem como outro tipo de partículas, podem ser separadas e isoladas de acordo com as suas propriedades específicas (Cell Sorting), o que coloca a Citometria de fluxo em destaque em vários campos da ciência.
Na sessão de abertura do Congresso da Sociedade Ibérica de Citometria o conceituado professor e investigador norte-americano Paul Wallace, atual presidente da International Society for Advancement of Cytometry (ISAC), apresentou novas estratégias para medição do ácido ribonucleico (ARN ou RNA, da sigla em inglês) em através da citometria de fluxo. Estas novas estratégias poderão ser aplicadas em diferentes áreas.
O especialista esclareceu que “desde os anos 80, têm vindo a ser desenvolvidos esforços para conseguir medir quantitativamente o ácido desoxirribonucleico (ADN ou DNA, da sigla em inglês) e o ARN, através de uma combinação de técnicas: a PCR (polymerase chain reaction ou reação em cadeia pela polimerase) e a citometria de fluxo”, e a partir de 2012 apareceram “duas plataformas inovadoras que permitem esta avaliação”.
As duas plataformas, explicou Paul Wallace, estão disponíveis no mercado para avaliação do ARN através da citometria de fluxo convencional, a SmartFlareTM Live Cells mRNA Detection, comercializada pela Millipore e a PrimeFlowTM RNA Assay, comercializada pela Affymetrix/eBiosciences. “Ambas as plataformas permitem avaliações correlacionadas do nível de expressão da proteína da célula, tanto à superfície da célula como intracelular, e da atividade de transcrição celular”.
As aplicações da avaliação do ARN através da citometria de fluxo são várias, desde a carga viral, análise de células raras, biologia de células estaminais e epigenética.