A Fibrilhação Auricular (FA) é a arritmia cardíaca mais comum em todo o mundo e a responsável por 20 a 30 % dos acidentes vasculares cerebrais isquémicos. Na Semana Mundial do Ritmo Cardíaco que começa hoje, 7 de junho, a Fundação Portuguesa de Cardiologia associa-se à Atrial Fibrillation Association e à Arrhytmia Alliance para dar a conhecer a campanha global que, sob o mote “Escute o seu Coração”, incentiva a deteção de arritmias como a FA através de uma simples verificação do pulso.
“O diagnóstico atempado de arritmias como Fibrilhação Auricular pode revelar-se decisivo na prevenção de complicações como Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), insuficiência cardíaca, demência ou mesmo morte súbita. Grande parte das arritmias podem ser controlada através da gestão de comportamentos, hábitos de vida e medicação. Quanto mais cedo a detetarmos, maior a probabilidade de sucesso teremos no seu controlo”, explica Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.
Fibrilhação Auricular é a arritmia mais comum
A Fundação Portuguesa de Cardiologia descreve que a partir dos 40 anos de idade, a prevalência da Fibrilhação Auricular entre os portugueses ronda os 2.5 %. Ao passar os 65 anos, uma em cada dez pessoas terá desenvolvido esta arritmia.
Embora bastante prevalente, grande parte dos casos de Fibrilhação Auricular é silenciosa. Só se deteta demasiado tarde e depois de deixar sequelas ou de um episódio grave, como é o caso de um Acidente Vascular Cerebral. A deteção precoce e o controlo desta arritmia são, por isso, fundamentais para a manutenção de uma boa qualidade de vida, sobretudo em determinadas faixas etárias.
A partir dos 65 anos, devemos ter particular atenção a sinais nem sempre claros como batimento cardíaco descoordenado, pulsação rápida e irregular, tonturas, sensação de desmaio, perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito.
É, por isso, aconselhável que, nestas idades, para além do controlo parâmetros como o peso, a tensão arterial ou o colesterol, se avalie o ritmo cardíaco e as pulsações de forma regular. Qualquer pessoa o pode fazer, de forma simples, através da autoavaliação do pulso, descreve a Fundação.
Prevenção do AVC
Uma vez diagnosticada Fibrilhação Auricular, o risco de AVC pode ser reduzido significativamente através de terapêutica anticoagulante. Tal como na maioria dos países europeus, em Portugal, as normas aconselham a que se ministrem os Novos Anticoagulantes Orais, também conhecidos como NOAC. Consoante a prescrição, a medicação poderá ser tomada uma ou duas vezes ao dia.
E como refere a Fundação Portuguesa de Cardiologia o bom controlo desta arritmia, e a consequente manutenção da qualidade de vida dependem, também, do cumprimento escrupuloso da terapêutica. Qualquer alteração deverá ser validada pelo médico assistente.