A 3.ª edição do Projeto “Engenheiras Por Um Dia”, que teve início hoje, pretende dar resposta a uma das áreas críticas identificadas pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, sigla do inglês), no Índice da Igualdade de Género, divulgado hoje.
Rosa Monteiro, Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, referiu: “O Diretor-Geral da Agência de Energia Nuclear da OCDE, Willian D. Magwood, numa conferência no Instituto Superior Técnico, reconheceu a profunda desigualdade de género nos setores da tecnologia e engenharia, afirmando que é urgente atrair mais mulheres para estas áreas”.
“Em Portugal, a proporção de mulheres diplomadas nestas áreas (engenharias) caiu de 26,2% em 1999 para 20,6% em 2017, representando apenas 12,8% de estudantes das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e 22,8% de estudantes de engenharias”, acrescentou Rosa Monteiro.
A iniciativa “Engenheiras Por Um Dia” “é uma medida de política pública que pretende desconstruir a ideia de que estes domínios são domínios masculinos. Procuramos combater os estereótipos sobre o que é suposto ser adequado às mulheres e raparigas e que condicionam as opções escolares e de carreira. Este é um problema sentido por escolas, universidades, empresas e centros tecnológicos”, conclui a Governante.
A 3.ª edição do Projeto “Engenheiras Por Um Dia” vai decorrer ao longo do ano letivo de 2019/2020, junto das jovens que frequentam o 3.º ciclo dos ensinos básico e secundário, e envolve diversas atividades multidisciplinares, tais como: desafios de engenharia; visitas de estudo; ações de mentoria e role model; workshops; laboratórios de engenharia e tecnologia e campanhas locais. A realização destas atividades envolve uma rede de parcerias.
O projeto é promovido pelo Governo e está integrado na Estratégia Nacional para a Igualdade e Não Discriminação – Portugal Mais Igual. A coordenação técnica está a cargo da Comissão para a Cidadania e a Igualdade e de Género, em parceria com a Carta Portuguesa para a Diversidade, o Instituto Superior Técnico e a Ordem dos Engenheiros.
Dados do índice do EIGE, que mede o desempenho dos países em matéria de igualdade de género nos domínios do trabalho, rendimento, conhecimento, poder, tempo e saúde, mostram que Portugal está a progredir mais rapidamente do que a média da UE, e ocupa agora o 16.º lugar no ranking, em relação ao 21.º que ocupava em 2015.
O índice destaca como negativa a segregação sexual das profissões e nas profissões em Portugal, representando as mulheres apenas 9% nos setores das ciências, tecnologias e engenharias, sendo estas áreas fundamentais na economia do futuro. É, por isso, fundamental continuar a trabalhar em projetos como o “Engenheiras por um Dia”.
As edições anteriores do projeto contaram com a participação de 3000 estudantes, 11 instituições de ensino superior e empresas como Altran, EDP, IKEA e Microsoft. Esta rede de entidades parceiras dá seguimento ao “Engenheiras por um Dia” procurando consolidar o projeto como âncora do trabalho de combate à segregação das profissões, de aumento de mulheres nas tecnologias e engenharias em Portugal e da promoção da igualdade entre homens e mulheres na educação e no emprego.