Março é o mês “Amarelo”, o mês de consciencialização mundial para a Endometriose – uma doença crónica de origem desconhecida e sem cura -, que se estima afetar uma em cada dez mulheres em idade fértil.
Para uma melhor consciencialização da doença a Associação MulherEndo organiza 6ª edição da WorldWide EndoMarch em Portugal, no dia 30 de março em Lisboa. À “EndoMarcha” associam-se figuras públicas e profissionais de saúde.
A Endometriose caracteriza-se pelo aparecimento de tecido do endométrio fora do útero. É uma doença complexa que provoca dores pélvicas crónicas incapacitantes e infertilidade. Não se conhece a origem da doença que afeta 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva, sendo que nas mulheres com infertilidade, a prevalência aumenta para cerca de 25 a 45%.
Apesar dos avanços no tratamento da Endometriose, ainda não existe cura e pouco se sabe sobre as causas. A doença costuma ser diagnosticada entre os 25 e os 35 anos, apesar dos primeiros sinais se manifestarem anos antes, com o início da menstruação.
“A Endometriose é ainda pouco falada e conhecida. É uma doença com um diagnóstico, geralmente, demasiado tardio. A falta de informação e o facto de os sintomas serem idênticos às dores menstruais fazem com que muitas mulheres vivam anos sem saber que sofrem desta condição, inclusive, por verem as suas queixas desvalorizadas clinicamente”, referiu Susana Fonseca, presidente da presidente da Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose.
A responsável pela MulherEndo acrescentou: “Mas a Endometriose existe, é real, leva órgãos, sonhos e vidas. Em Portugal, estima-se que, cerca de 240 mil mulheres em idade fértil sofram da doença. Por isso, a EndoMarcha vai ao encontro da necessidade de maior divulgação e desmistificação da doença no nosso país e, em todo o mundo, onde se estima que a Endometriose afete 176 milhões de mulheres.”
A WorldWide EndoMarch acontece, simultaneamente, em vários países do mundo, com o objetivo de reforçar a mensagem para a importância de haver uma maior consciencialização sobre a Endometriose. Em Portugal a “EndoMarcha” já conta com uma grande afluência de participantes – quase 500 inscritos – entre eles, algumas figuras públicas que se unem a esta causa. A marchar pela Endometriose vão estar também, no dia 30 de março, profissionais de saúde do Centro Especializado em Endometriose do Hospital dos Lusíadas que têm desenvolvido um trabalho de parceria com a Associação MulherEndo.
As inscrições para a “EndoMarcha 2019” estão abertas (online) até ao dia 25 de março, sendo necessária a inscrição, até esta data, para os participantes receberem um kit de oferta que poderá ser levantado no próprio dia. O início da marcha está marcado para às 15h00, na Praça do Comércio e dura sensivelmente 30 minutos em caminhada lenta (aproximadamente 4km).
Em Portugal, a WorldWide EndoMarch conta com o apoio e patrocínio: da Adidas; Clínica de Fertilidade Lisboa – IVI; espaço VivaFit Benfica; Hospital dos Lusíadas (Lisboa); Emílio Azevedo Campos S.A; Guerin – Car Rental Solutions e Enterprise Rent-A-Car.
A Endometriose
O que é?
A Endometriose é uma doença crónica, benigna, que se caracteriza pelo crescimento de tecido endometrial (glândulas e estroma) fora do seu local habitual que é a cavidade uterina.
Quais são as causas da Endometriose?
A origem da Endometriose ainda não é plenamente conhecida e é, por isso, motivo de controvérsia.
Como se manifesta?
De um modo geral, a Endometriose provoca o aparecimento de sintomas, sendo que em 80% dos casos a dor é a principal manifestação da doença. Em 20% dos casos, a Endometriose associa-se a infertilidade podendo também ser, embora mais raramente, assintomática.
Como se diagnostica?
A história clínica e o exame médico são importantes no diagnóstico da Endometriose mas, na ausência de endometriomas (lesões localizadas de Endometriose), são poucos os métodos de diagnóstico não invasivos capazes de detetar a doença. Desses, a ecografia e a ressonância magnética são os mais eficazes.
Como se previne?
Não é possível prevenir o desenvolvimento de Endometriose, mas essa possibilidade pode ser diminuída através de uma redução dos níveis de estrogénios no organismo.