Entre 9 e 13 de outubro de 2024, o XI edição do Encontro Internacional de Palhaços, em Vila do Conde, vai confrontar o estado gerado pela situação atual de guerras, desastres naturais e intolerância radical, com a vontade de viver o presente.
A Organização não-governamental (ONG), “Palhaços Sem Fronteiras”, pretende plantar sorrisos nas crianças em circunstâncias extremas, devolvendo-lhes esperança e dignidade. Mas se o efeito nas crianças é mais garantido o mesmo também o podemos referir nos que os anos já foram amadurecidos pelas vivências experimentadas.
Numa homenagem à arte militante, a XI edição do Encontro Internacional de Palhaços dedica o tema “Palhaços Sem Fronteiras” à ONG fundada, em 1993, pelo palhaço e artista catalão, Tortell Poltrona, o nome principal do evento que voltará a alegrar Vila do Conde.
“Sem riso não há humanidade”, assegura-nos Tortell Poltrona, citado no periódico El País, 2020. O artista, de nome Joan Montané Far, irá marcar presença no próximo “Encontro Internacional de Palhaços”, com um dos seus espetáculos mais icónicos e uma rara masterclass sobre os bastidores técnicos e emocionais do Ser Palhaço.
O encontro que a companhia de circo e de teatro de rua, Nuvem Voadora, faz acontecer, em Vila do Conde, há mais de uma década, celebra a sua décima primeira edição com uma mensagem de inclusão, resiliência e esperança, inspirada na arte humanitária da organização “Palhaços Sem Fronteiras”, fundada há 31 anos pelo reconhecido poeta performativo.
O já incontornável evento da Região Norte do país reúne artistas e companhias oriundos de diferentes latitudes, que incluem Espanha, Áustria, Argentina, Brasil, Chile, Bélgica e Portugal.
A edição de 2024 compõe-se de profissionais ligados à causa “Palhaços Sem Fronteiras” nos seus países de origem, como é o caso da companhia espanhola, Asaco Producciones, em que alguns elementos integram a organização, na região da Estremadura.
Outra forma da Nuvem Voadora homenagear a causa dos artistas humanitários será através da Gala Solidária, cuja bilheteira reverterá a favor dos “Palhaços na Orla”, a organização portuguesa homóloga dos “Palhaços Sem Fronteiras”.
Desde que Poltrona iniciou este “projeto de loucos…, palhaços, malabaristas, equilibristas, trapezistas, mágicos, marionetistas, bailarinos, músicos” (Risas y Emociones: Los viajes de Payasos sin Fronteras (1993-2022)), os “Palhaços Sem Fronteiras” já somaram mais de 7,500 espetáculos, para 2,5 milhões de pessoas, em 500 expedições internacionais, resgatando, através do riso, a inocência e o alívio emocional que se transformam em resiliência e esperança para milhões de pessoas que, diariamente, vivem situações dramáticas e desumanas, em diferentes lugares do planeta.
É este “braço armado do riso”, como lhe chama Tortell, que inspira a companhia Nuvem Voadora a convocar, entre 9 e 13 de outubro, todos os profissionais das artes de teatro e circenses, curiosos e públicos de todos os tamanhos e feitios, num êxodo feliz até à pitoresca cidade de Vila do Conde, para um encontro irrepetível, onde todas as fronteiras – geracionais, geográficas, culturais, sociais e económicas – se esboroam na boa nova da alegria, do talento e da comunhão. Porque enquanto houver riso e o “Encontro Internacional de Palhaços”, “a gente vai continuar”.