A leucemia mieloide aguda é um dos cancros mais agressivos. Embora outros tipos de cancro tenham beneficiado de novos tratamentos, verificou-se que nos últimos 40 anos, até agora, não houve notícias encorajadoras para a maioria dos pacientes com leucemia.
Agora, um estudo publicado na revista científica ‘Cell’ dá conta que Yinon Ben-Neriah e sua equipa de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade Hebraica de Jerusalém desenvolveu um novo medicamento biológico que provou, em ratos, ter uma taxa de cura da leucemia de 50%.
A leucemia produz uma variedade e uma quantidade elevada de proteínas que, juntas, proporcionam às células leucémicas um crescimento rápido e proteção contra a morte por quimioterapia.
Até à data, a maioria dos fármacos biológicos contra o cancro utilizados para tratar a leucemia tem apenas como alvo as proteínas das células leucémicas. No entanto, durante os tratamentos de “terapia direcionada”, as células leucémicas rapidamente ativam outras proteínas para bloquear os fármacos. O resultado são células leucémicas resistentes a medicamentos, que rapidamente regeneram e renovam a doença.
No entanto, o novo medicamento desenvolvido por Yinon Ben-Neriah e pela sua equipa de investigadores funciona como uma bomba de fragmentação. O medicamento ataca várias proteínas leucémicas de uma só vez, dificultando a ativação das outras células que podem escapar da terapia. Além disso, este medicamento de uma única molécula realiza o trabalho de três ou quatro medicamentos separados, protegendo os pacientes com cancro de serem expostos a várias terapias e terem de lidar com os efeitos colaterais, muitas vezes insuportáveis.
Além disso, o novo medicamento tem a capacidade promissora de erradicar as células-tronco da leucemia. Um dos grandes desafios na terapia do cancro e uma das principais razões pelas quais os cientistas têm sido incapazes de curar a leucemia mieloide aguda.
“Ficamos emocionados ao ver uma mudança tão dramática, mesmo com apenas uma única dose do novo medicamento. Quase todos os sinais de leucemia, nos ratos, desapareceram da noite para o dia”, referiu Yinon Ben-Neriah.
Os direitos deste promissor medicamento foram adquiridos pela BioTheryX à Yissum, uma empresa de transferência de tecnologia da Universidade Hebraica de Jerusalém. Juntamente com a equipa de investigação de Yinon Ben-Neriah está a ser agora solicitada a aprovação à Agência Norte Americana, Food and Drug Administration (FDA), para a realização de estudos clínicos de fase I.