Os ‘drones’ tornaram-se omnipresentes na sociedade. Há festivais de cinema e campeonatos de corrida de ‘drones’. Muitos canais de televisão usam-nos para recolha de imagens, na agricultura são utilizados para análise e tratamento de terrenos e culturas, no planeamento urbano para levantamento dos terrenos e cálculos de áreas, são também usados na vigilância de pessoas e bens, e nos mais diversos serviços, incluindo os militares.
A tecnologia dos veículos aéreos não tripulados apresenta um potencial de utilização que poderá revolucionar a melhoria de vida de muitas populações em todo o mundo. Pela primeira vez na História, os ‘drones’ estão a ser usados para melhorar a saúde das comunidades rurais vulneráveis, onde a chegada de cuidados de saúde é dificultada devido, entre outros fatores, à falta de estradas de acesso.
Uma parceria entre o Instituto de Saúde Global e o Centro ValBio da Stony Brook University e a empresa Vayu, com o apoio do Governo de Madagáscar e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, permitiu colocar em marcha, em Madagáscar, um ambicioso projeto de utilização de ‘drones’ na saúde.
O projeto consiste na utilização de ‘drones’, em voos totalmente autónomos, para transporte de amostras de sangue, urinas e fezes desde as aldeias rurais, sem acessibilidades, até ao centro de análises ValBio. O centro está sediado em Madagáscar.
A capacidade dos ‘drones’ da Vayu em descolar e pousar como um helicóptero e percorrer longas distâncias poderá ajudar inúmeras comunidades remotas vulneráveis a receber os cuidados médicos que necessitam.
“Os voos de e para as aldeias rurais em Madagáscar inauguram uma nova forma de prestação de cuidados de saúde às populações, que vivem em regiões remotas”, disse Peter Small, Diretor do Instituto de Saúde Global da Stony Brook University. Mas o novo transporte só é possível devido ao apoio do Governo e das populações de Madagáscar.
Para Peter Small, os ‘drones’ vão ser de grande utilidade na área da saúde, por exemplo, no diagnóstico da tuberculose e na entrega de vacinas. Dado que diagnóstico só pode ser feito em laboratório, as amostras de sangue ou de outras substâncias têm de ser transportadas rapidamente a partir do local de recolha.
A falta de estradas e de meios de transporte rápidos em muitas regiões são um desafio que exige soluções inovadoras. A parceria entre a Universidade e a empresa Vayu permitiu desenvolver um tipo de ‘drone’ específico para transporte de amostras de sangue, fezes e tecidos para a Centro de Investigação ValBio, onde é feito o diagnóstico de avaliação rápida.
Numa fase mais avançada da parceria, os veículos aéreos não tripulados vão poder entregar medicação de maneira mais oportuna e urgente, e assim disponibilizar melhores cuidados médicos às comunidades.