Investigação recente, publicada no dia 13 de fevereiro na Nature Communications, e desenvolvida pelo Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LNLL), da Universidade Carnegie Mellon, SRI International e pela Universidade do Colorado, em Boulder, concluiu que a entrega de pequenas encomendas baseada em drones, poderá reduzir as emissões de gases de efeito estufa e o uso de energia poluente no setor dos transportes.
Os drones têm vindo a ser usados, já há anos, pelos militares e pelo governo norte-americano, mas a utilização de drones na entrega de encomendas comerciais está agora a tornar-se numa nova indústria.
O estudo indica que várias empresas estão a desenvolvendo estratégias de negócio baseadas na entrega de encomendas utilizando drones. De entre as várias empresas, os investigadores destacam a Amazon, o Google, a UPS e a Deutsche Post DHL.
Os investigadores partiram do objetivo de verificar se os planos de negócio com base na entrega de encomendas por drones podem ser promissores para o meio ambiente em contrapartida com a entrega das encomendas por meios convencionais durante a noite. Em termos objetivos os investigadores pretendem saber em que medida é possível reduzir a energia e emissões de carbono para o ambiente.
O estudo envolveu testes com dois drones comerciais e cálculos, que estimaram a energia necessária para entregar uma encomenda em vários cenários possíveis. No cálculo foi considerada a tecnologia da bateria, o design do drone e o respetivo melhoramento ao longo do tempo.
Usando a avaliação do Ciclo de Vida, os investigadores compararam os diversos cenários de entrega de encomendas pelo drone, com as mesmas entregas por meios atuais, camião, carrinha ou automóvel ligeiro de passageiros. Os cálculos tiveram em conta os impactos a montante, como as emissões de produção das baterias ou a produção de gasolina.
Os investigadores verificaram que a atual gama de drones multi-helicóptero tem uma aplicação prática de cerca de 4 quilómetros, o que significa a necessidade de uma nova rede de armazéns urbanos ou estradas físicas para suportar um sistema de entrega por drones.
Embora os drones consumam menos energia por quilómetro/encomenda do que os camiões, a energia adicional usada para manter o armazém e o aumento de distâncias mais longas a serem percorridas pelos drones levam a um aumento consideravelmente nos impactos do ciclo de vida.
O estudo concluiu que “a melhor escolha depende de fatores como o tamanho do drone, o peso da embalagem e os tipos de unidades da rede elétrica regional. Os drones são vencedores em regiões com eletricidade de fontes renováveis, como é a região da Califórnia.
“Uma encomenda de lâmpadas ou um par de óculos de sol entregue por um pequeno drone, a uma distância de alguns quilómetros, economiza muita energia e emissões de gases de efeito estufa em comparação com a entrega por caminhão. Mas uma encomenda maior, como um monitor de computador, que exige um drone de maior dimensão, provavelmente teria custos superiores aos de um caminhão”, esclareceu Joshua Stolaroff, do LNLL e principal autor do estudo.
Mas para Joshua Stolaroff é possível tornar os drones maiores e mais eficientes do que camiões e as carrinhas, e o investigador esclareceu que “o carregamento de drones apenas com eletricidade renovável e com baixo teor de carbono seria a maneira mais fácil”. As empresas também “podem encontrar maneiras criativas de entregar os produtos das lojas de retalho existentes em vez de serem construir novos armazéns.”
Os investigadores recomendam no estudo, que os reguladores e as empresas que procuram obter melhorias ambientais a partir do uso dos drones devem considerar os impactos do sistema e concentrar os esforços em pequenas encomendas, e deixar as encomendas de maior dimensão para os meios convencionais, camiões e carrinhas.