A plataforma de telemedicina antari Home Care da GMV recorre a sensores e algoritmos inteligentes, está incluída no âmbito do projeto europeu SwitHome. Um projeto impulsionado pelo EIT Health, ou Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia, para apoiar os doentes de Acidente Vascular Cerebral (AVC) a fazer a recuperação no domicílio, mas com o acompanhamento médico.
Os sensores instalados em palmilhas nos sapatos do doente registam a pressão exercida em diferentes zonas, distância do passo entre os pés, e outros dados, uma aplicação de smartphone e com a plataforma de telemedicina antari Home Care, o especialista monitoriza a evolução do paciente e vai ajustando o plano de reabilitação conforme a evolução do doente.
O sistema proporciona informação de retroalimentação em tempo real aos pacientes, ao mesmo tempo que fornece dados ao terapeuta para a supervisão da evolução da recuperação.
A plataforma oferece a grande vantagem da reabilitação poder ser feita em casa mas de forma guiada e supervisionada. A recuperação em casa e o permanente acompanhamento é um fator de motivação para o doente seguir o tratamento.
O doente ao dispor de informações em tempo real sobre a reabilitação que está a fazer, é animado a prosseguir com a própria recuperação e por outro lado ao realizar os exercícios em casa sob a supervisão de um especialista, poupa o doente a deslocações, o que torna o processo mais cómodo e confortável.
Personalização e poupança de custos
Na Europa, em 2016, registaram-se 12 milhões de pessoas afetadas por uma apoplexia e com necessidades de reabilitação física para recuperação das funções motoras.
O SwitHome para a uma autoreabilitação, em casa, permite que os centros de reabilitação possam atender um maior número de pessoas com os mesmos recursos humanos, processando mais dados, e dando aos especialistas a capacidade de personalizar as terapias, obtendo uma maior eficácia.
A solução tecnológica SwitHome, que incorpora a plataforma antari (de telemedicina), o paciente e o profissional de saúde trabalham em conjunto, independentemente do local em que cada um se encontre mas com seguimento monitorizado de forma síncrona.
Tendo em conta o preço médio de cada sessão de reabilitação realizada num centro de reabilitação, somado ao custo do transporte do paciente, verifica-se que com o SwitHome, cada sessão realizada em casa com assistência especializada, por via remota e sincronizada, o custo sofre uma redução até 70%. Custos que têm um impacto direto nos gastos de saúde dos países e na economia das famílias.
As pessoas mais idosas são as que correm maior risco de AVC, mas os mais jovens também têm sofrido cada vez da doença nos últimos anos. O sedentarismo, o álcool, o tabaco, o excesso de peso, o colesterol e a tensão arterial são fatores risco aumentado.
A deteção precoce e posteriormente uma reabilitação adequada são essenciais para superar os episódios de AVC com o mínimo possível de sequelas.
Tendo em conta que em 2035 é previsível que aumente em 34% o número de pessoas que podem vir a sofrer um acidente vascular cerebral, de acordo com os dados do relatório “O impacto do acidente cardiovascular na Europa” elaborado por especialistas do King College de Londres, compreende-se facilmente o apoio da União Europeia a projetos como SwitHome, como uma opção eficaz na recuperação das pessoas.
O projeto é liderado pela Associação para a Inovação e Desenvolvimento Tecnológico e Científico do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, que participam no projeto, juntamente com a GMV, o Hospital Universitário de Groningen, na Holanda, a Universidade de Coimbra e o Centro de Serviços Assistenciais, Docentes e Investigação Parc Sanitari Sant Joan de Déu, em Barcelona.