Estudo sobre a atual situação dos cuidados de saúde na situação da doença oncológica, agora divulgado, em 13 de dezembro, indica que, entre outras conclusões, que “todos os doentes devem receber a mesma qualidade de tratamento independentemente do hospital onde são seguidos”.
O estudo ‘Cancro 2020: Podemos fazer ainda melhor’ foi promovido pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP/UNL) e reuniu um conjunto de especialistas em saúde e peritos nacionais, e teve o apoio da farmacêutica Roche.
O estudo “coloca o cidadão no centro da discussão, numa ótica de humanização e partilha de informação”, indica comunicado da UNL, e acrescenta que “o estudo contou com a participação de associações de doentes, médicos, gestores e administradores hospitalares, representantes de centros de saúde, investigadores, indústria e organismos oficiais, com competências distintas”.
Rute Simões Ribeiro, investigadora principal do estudo, da ENSP/UNL, citada em comunicado, refere que o objetivo foi “contribuir para a redefinição dos modelos organizacionais e de financiamento, numa altura em que a eficiência do Serviço Nacional de Saúde depende da capacidade das instituições para trabalharem em conjunto, numa estratégia verdadeiramente orientada para as necessidades dos doentes e para a criação de valor em saúde”.
De entre outras conclusões do estudo, observa-se que as instituições devem ser organizadas em função e benefício do doente, e todos os doentes devem ser ouvidos e avaliados por equipas multidisciplinares.
O estudo aponta para a necessidade de Portugal ser dotado de uma rede de cuidados de excelência em oncologia, devendo ser criado um sistema de informação oncológico nacional com indicadores comparáveis.
O estudo também alerta para a necessidade de garantir o acesso rápido e ágil aos novos medicamentos, bem como a necessidade de serem avaliados os resultados de experiências nacionais e internacionais em inovação terapêutica e organizacional.
Em face das evoluções das terapêuticas e tendo em conta a tipicidade da doença, os doentes devem poder escolher livremente onde querem ser tratados, e para isso os profissionais de saúde devem aprender a explicar com clareza aos doentes a sua situação usando uma linguagem comum.
O estudo também conclui que o financiamento dos hospitais deve abranger os ganhos em saúde para os doentes e sociedade.